Com um tipo diferente de cliente, o Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo) precisa voltar sua atenção não só para pacientes e médicos, mas também aos estudantes de Medicina e outros cursos que por ali passam. Sendo um órgão pertencente à universidade, a instituição é uma autarquia estadual cuja parte dos recursos recebidos esta dentro do orçamento da universidade, e que é aprovado anualmente pelo conselho universitário, e outra vinda do repasse feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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Com um orçamento restrito, de aproximadamente R$ 32 milhões por ano, a instituição, que possui 220 leitos e realiza mais de 200 mil atendimentos por ano, precisa trabalhar muito bem suas contas, principalmente na hora de abastecer seus estoques. Por esse motivo optou por um modelo tradicional de gestão, com poucos níveis de decisão. “Trabalhamos muito com núcleos técnicos que fazem toda a programação operacional a médio e longo prazo e que são acompanhados pela superintendência do Hospital Universitário”, afirma o superintendente HU-USP, Paulo Lotufo.

Por ser um hospital público e ter 100% de sua demanda vinda do SUS, a unidade precisa obedecer algumas regras na hora de adquirir insumos médicos. “Trabalhamos totalmente dentro de um sistema público e por esse motivo, na hora da compra de materiais, precisamos obedecer a legislação, no caso a Lei 8.666, para licitações”, afirma. Segundo o superintendente, os entraves burocráticos apresentados pela atual legislação acabam atrapalhando o processo de compra.

Para evitar problemas com fornecedores, a instituição organizou um comitê técnico muito exigente para montar seus editais de forma específica, conter os maus fornecedores e melhorar a qualidade da compra de insumos que atendam exatamente a sua demanda em termos de qualidade. “Para nós é muito mais fácil comprar um tomógrafo, que possui apenas quatro fornecedores, do que uma simples cama hospitalar, onde há um número grande de players, e com isso, produtos de baixa qualidade”, analisa o executivo.

De acordo com o superintendente, o grande segredo do controle financeiro em um hospital é trabalhar com estoques mínimos, evitando o desperdício. “Como nosso processo de compra é por meio de licitação e temos que respeitá-lo não podemos comprar poucas quantidades, o que nos leva a ter estoques exagerados, mas estamos nos adequando aos poucos a este modelo, e poupando recursos”.

O hospital possui um corpo clinico formado por 70 médicos, todos contratados em regime CLT e cerca de 1400 alunos transitando no hospital todas as semanas, entre estudantes de medicina, enfermagem, odontologia, farmácia, nutrição. Por ser um hospital-escola e ter um pronto-socorro de portas abertas não podemos adaptar nossa estrutura à demanda, como ocorre no setor privado, o que gera um problema sério de ocupação na instituição, que varia entre 70% e 100%%. “Não temos como garantir acesso a toda população por termos um número limitado de vagas e capacidade de atendimento. Esse é um é um sério equívoco dos hospitais-escola, acreditar que somos capazes de atender todo mundo.”

Investimentos

Mesmo com uma redução nos repasses feitos pelo governo do Estado e um crescimento de 8%, abaixo do esperado, o Hospital Universitário vem investindo cerca de 5% a 6% de seu faturamento em obras ou aquisição de novos equipamentos. Para 2011, o hospital pretende reestruturar o atendimento aos pacientes externos. A instituição vai adaptar seus ambulatórios para a realização de serviços mais especializados adotando o mesmo modelo de ambulatórios-dia, enquanto o serviço ambulatorial comum poderá ser feito em Unidades Básicas de Saúde. O objetivo deste projeto é reduzir o período de internação do paciente, uma vez que o acompanhamento médico, após a alta, seria feito neste novo modelo.

Outro ponto que o hospital pretende trabalhar é na aquisição de certificações com o objetivo de aumentar a qualidade da prestação de seus serviços. “Aqui no HU não somos viciados em certificações. Temos um centro de pesquisas clínicas com a certificação da ANVISA, consequentemente habilitado pelo FDA e instituições europeias que garantem a excelência em práticas clínicas”, completa Lotufo.

Buscando sempre a melhoria de seu atendimento, o hospital realiza pesquisas de satisfação junto a alunos, colaboradores s pacientes. “São pesquisas diretas feitas pela ouvidoria do hospital, e agora começaremos a consultar via e-mail as pessoas que têm contato direto com o hospital. O índice de resposta tem sido muito positivo”.

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