Por Célia Regina Sampaio, cardiologista do Hospital Sepaco

A Medicina moderna baseia-se em evidências clínicas. Isto significa que ações terapêuticas e diagnósticas são cada vez mais relacionadas a resultados de estudos realizados em grande número de pacientes. Existem várias regras na pesquisa clínica. Uma delas é o Consentimento Informado, que é uma autorização do paciente para participar das averiguações. Nenhum estudo pode ser realizado sem que o paciente conheça o objetivo e todos os procedimentos a que será submetido, assim como possíveis riscos. Outra regra básica é o princípio de “boas práticas clínicas”, ou seja, todos os envolvidos devem prezar pelo respeito ao paciente e pelo bom andamento do estudo, notificar resultados e eventos adversos. Existem ainda padrões que são característicos de cada país. Por exemplo: no Brasil é proibido oferecer dinheiro ao paciente para que ele participe do estudo, já nos Estados Unidos esta prática é aceita e muito utilizada.

Recentemente finalizamos uma pesquisa, aprovada pela Comissão de Ética em Pesquisa do Hospital SEPACO. Comparamos o controle do nível de glicemia de pacientes pós infarto utilizando o protocolo vigente (insulina em bomba de infusão) com o uso de insulina de longa duração (Glargina) associada à insulina regular. Neste estudo utilizamos, ainda, o Holter Glicêmico, que mostrou a mesma acurácia que as medidas de glicemia capilar (dextro).