“Existem médicos sem hospitais, mas não existem hospitais sem médicos.” Com essa máxima, o diretor clínico do Hospital Mater Dei, de Belo Horizonte (MG), Henrique Salvador, resume a importância de se gerir o corpo clínico de uma instituição de forma eficiente e eficaz.
Salvador foi um dos responsáveis pela implementação de um sistema de gestão baseado em metas, como a diminuição do número de óbitos e a melhora da imagem institucional. O modelo já tem alcançado objetivos como a diminuição de óbitos no atendimento de máxima urgência e a mudança na avaliação dos clientes, de “bom” para “excelente”, em relação a alguns serviços prestados.
Em parceria com a Fundação Dom Cabral, o hospital definiu uma série de indicadores que possibilitaram verificar essas alterações. Um dos principais desafios foi motivar a equipe de 2500 médicos que juntos atendem uma média de 20 mil pacientes por mês. Segundo Salvador, os profissionais do Mater Dei foram convidados a conhecer a filosofia institucional e, em alguns casos, a se envolver no processo de tomada de decisão.
A gestão do corpo clínico do Mater Dei inclui tratamento diferenciado para profissionais detentores de habilidades ou conhecimentos raros que agregam valor à instituição. “Como exemplo, tratamos os médicos desiguais de forma desigual”, diz Salvador.
A organização com que foi aplicado o modelo de gestão rendeu elogios por parte dos médicos que assistiram ao intercâmbio de ideias. Cerca de 15 profissionais que ocupam cargos ligados à gestão de instituições de saúde compartilharam as dificuldades de se gerir o corpo clínico.
Dentre os principais obstáculos, os gestores citaram a remuneração insatisfatória. Em relação a isso, Salvador lembrou que o salário não é o único fator motivacional e que é preciso encontrar formas variadas de se fidelizar a equipes.
Quatro pilares
Segundo Henrique Salvador, o modelo de gestão aplicado pelo Hospital Mater Dei se baseou em quatro pilares. Primeiramente, no patrimônio humano, ressaltando a necessidade de se capacitar os profissionais e reter talentos em sua equipe.
Em segundo lugar, o hospital procurou rever seus processos e técnicas para garantir a eficácia e eficiência operacional da empresa. De grande importância também foi a construção de uma imagem positiva para a instituição, ao oferecer serviços de qualidade por preços competitivos, na tentativa de garantir a satisfação dos clientes.
Por fim, o modelo de gestão contempla o quesito econômico financeiro, focado na ideia de que o lucro, objetivo final da instituição, surge como resultado direto da boa gestão do corpo clinico.
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