O Hospital Amaral Carvalho (HAC), de Jaú, no interior de São Paulo, conta com um novo aliado no tratamento de crianças portadoras de leucemia que precisam se submeter ao transplante de medula óssea, quando o uso de quimioterápicos não apresenta os resultados satisfatórios. Trata-se da utilização das células tronco, presentes no sangue de cordões umbilicais de irmãos dos pacientes, geneticamente compatíveis, explica o diretor de Medicina e Saúde II e médico hemoterapeuta, Dr. Marcos Augusto Mauad.
Enquanto aguarda a publicação da portaria do Ministério da Saúde que disciplinará a implantação de Bancos de Cordão Umbilical, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do HAC iniciou os preparativos, congelando cordões de sete bebês cujos irmãos realizam tratamento contra leucemia no hospital. “Esperamos não ter que usá-los”, mas se for necessário um transplante de medula óssea, há células tronco armazenadas em quantidade, afirmou o médico.
Além de recursos financeiros, a estrutura precisará de uma “equipe de enfermeiras e assistentes sociais que vão se dirigir às maternidades e postos de saúde, para fazer um trabalho junto às mães para que elas, ao darem à luz, queiram doar o cordão umbilical”, explicou. Atualmente, não há um trabalho de busca ativa. “Hoje é busca passiva porque só estamos coletando de irmãos de pacientes com leucemia”, acrescenta.
Segundo o Dr. Marcos Mauad afirmou que “não é ético estimular a gravidez de mães de pacientes com leucemia, porque entendemos que se os pais quiserem ter outro filho, que seja porque desejam e não que seja concebido para auxiliar na cura de um outro. Além disso, a chance do bebê ser compatível geneticamente é de 25%”. Ele destaca que o Banco de Cordão Umbilical é mais uma fonte de células tronco, que aumenta a possibilidade de conseguir doadores de medula óssea para transplante de não aparentado.