O Hospital Alemão Oswaldo Cruz conquista autorização federal que permite à instituição realizar transplante de medula óssea com doadores não aparentados. Foram rigorosamente avaliados os setores de 3D, Radioterapia, Quimioterapia, Centro de Diagnóstico por Imagem, Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, UTI, Pronto Atendimento, Day Clinic, Banco de Sangue, entre outros, com objetivo de verificar o cumprimento de todas as exigências para a realização desse tipo de transplante.
Com isso, a partir de agora, os pacientes do Hospital que não tenham encontrado doador compatível na família, poderão se beneficiar do banco de dados REDOME (registro de doadores de medula óssea do Instituto do Câncer), que conta atualmente com mais de 2,8 milhões de doadores registrados. É o terceiro maior banco de medula óssea do mundo que busca identificar possíveis doadores na população.
?Trata-se de um passo importante para nossa instituição, já que estaremos conectados com o mundo, uma vez que não identificado um doador no Brasil, imediatamente é procedida a busca no banco de dados internacional. Do mesmo modo, um paciente no exterior também poderá beneficiar-se de um doador brasileiro. O resultado dessas ações permitirá uma maior disponibilidade de doadores e a possibilidade da realização de um tipo de transplante restrito a poucos centros brasileiros de excelência, com o objetivo de oferecer ao paciente a chance de preservar o maior bem, que é a vida?, ressalta Celso Massumoto, responsável técnico pelos transplantes de medula óssea do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
O transplante de medula óssea, segundo ele, é um tratamento curativo, de alta complexidade, indicado para alguns tumores e doenças hematológicas não malignas. O transplante de medula alogênico pode ser realizado utilizando as células tronco coletadas de um doador parente compatível imunologicamente ou através de células coletadas de um doador não parente. ?A chance estatística de se encontrar um doador compatível na família é de 25%, isso significa que em uma família de quatro irmãos, a expectativa é de se achar um doador?, completa.
Estrutura
O Hospital é referência entre as instituições privadas na realização de transplante ósseo. Com quatro equipes especializadas realizou, desde 2003, cerca de 300 procedimentos.
Na visão da instituição, o aumento da expectativa de vida da população, o aperfeiçoamento técnico de diversas especialidades e a indicação de artroplastia para pacientes cada vez mais jovens formam o conjunto de fatores que colaboraram para que o transplante ósseo assumisse um importante papel na prática da medicina moderna.
?Porém, a falta de disponibilidade de material proveniente dos bancos de tecidos pode se transformar em um entrave no tratamento dos pacientes. Apesar de a legislação vigente estabelecer todas as diretrizes de identificação e notificação de pacientes com morte encefálica, sabemos que no Brasil existe uma grande subnotificação de possíveis doadores o que acaba gerando escassez dos órgãos e tecidos de maneira geral. Nosso trabalho é árduo e carregado de sentimentos, pois na maioria das vezes temos que tratar da morte como uma fonte geradora da vida, que se resume numa simples palavra que é doar?, assinala o coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Gerson Bauer.
Atualmente, o atendimento da demanda do Hospital Alemão Oswaldo Cruz é feito, na maioria das vezes, pelo banco de tecidos da Santa Casa de São Paulo ou pelo Banco de tecidos do Hospital das Clínicas. A Comissão atua na identificação, esclarecimento e orientação de possíveis doadores e seus responsáveis, além de promover treinamento e suporte à equipe multidisciplinar da instituição no processo de doação e transplante. No ano de 2012, foram treinados 174 profissionais sobre os temas legislação em doação de órgãos e tecidos, diagnóstico de morte encefálica, manutenção do potencial doador e entrevista familiar.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz ? www.hospitalalemao.org.br
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