A Medicina Baseada em Evidência tem sido apontada como um dos caminhos mais certeiros para a maior eficiência do setor de saúde. Com foco em protocolos e evidências científicas para o cuidado ao paciente, a iniciativa pode trazer padronização para a assistência, mais segurança e qualidade do atendimento aos pacientes e melhor aplicação e utilização dos recursos. Os hospitais que já optaram por esse modelo de trabalho começam a somar os resultados.
O Hospital Banco de Olhos, de São Paulo, adotou a governança clínica. Com o acompanhamento e envolvimento da equipe médica, a instituição conseguiu reduzir danos pela atuação profissional e ainda adotou melhores práticas. “É claro que isso tudo tem a ver com os custos também. Não há nada que façamos em saúde que não tenha relação com os custos. E na medida em que a qualidade melhora, os custos também melhora”, salienta o administrador do Banco de Olhos, Antônio Quinto Neto.
No Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte (MG), criou-se um planejamento estratégico com envolvimento do corpo clínico. Desenvolvido com critérios semelhantes com o Balanced Score Card, o programa Qualitas que gera os indicadores da instituição, contempla também indicadores clínicos. “Disponibilizamos os protocolos no prontuário eletrônico e acompanhamos o desenvolvimento e as metas. Conseguimos, assim, mensurar o desempenho das equipes e a economia que geramos”, enfatiza o diretor técnico da instituição e presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP).
Para o mercado hospitalar, a dificuldade em se adotar a Medicina Baseada em Evidência está centrada na dificuldade em se definir essas evidências. Parte pela resistência dos médicos em adotar padrões para aquilo que ele confia fazer bem e ainda pela dificuldade em ter pessoas qualificadas para reconhecer evidências de alto valor. Para o consultor canadense Jon Juzwishin, a adoção de protocolos depende de governança. “Para promover melhorias em saúde é preciso melhorar as decisões em saúde . A ciência tem ficado cada vez mais competente para influenciar o governo”, salienta. O consultor defende que o assunto deveria ser contemplado nas políticas de saúde. “Hoje esse mercado sofre uma grande pressão, e somente com adoção de medidas de desempenho, de busca por melhores práticas é que o setor será viável”, aponta.
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