Pesquisa da Ensp/Fiocruz indica este ponto como
o mais deficiente nas farmácias de seis instituições estaduais
Uma pesquisa publicada
recentemente na revista Ciência e Saúde Coletiva dá a dimensão da falta de conhecimento e
preparo sobre logística de insumos nas instituições públicas de saúde.
O estudo, realizado
por profissionais da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), em
parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Faculdade de Farmácia da
Universidade Federal Fluminense (UFF),
analisou seis hospitais estaduais cariocas e constatou que apenas 10%
das farmácias hospitalares fazem seu planejamento com objetivos e metas. Outra
conclusão alarmante: somente 15% utilizam a curva ABC para programação, dentro
daqueles que possuem uma relação de produtos para compra.
Usualmente, o estoque
é estimado por cálculos de consumo médio em cinco das seis unidades avaliadas.
Outro ponto negativo foi a deficiência no fluxo de informações entre a farmácia
e a central de armazenamento.
Os pesquisadores
constataram o que nós, com 30 anos de experiência neste mercado, já sabemos: a
falta de rigor no inventário é danosa ao desempenho.
A conclusão da
pesquisa diz que um sistema adequado de distribuição de medicamentos deve
proporcionar a diminuição de erros de medicação, a racionalização do uso de
medicamentos, a redução de custos hospitalares, o aumento da segurança ao
paciente e o controle adequado da farmacoterapia.
Com dados concretos e
amparados por reconhecidas instituições que desenvolvem estudos para a melhoria
do sistema de saúde no Brasil, reforçamos: é preciso ter um controle rigoroso
do estoque, não apenas uma estimativa, para que não haja falhas no
fornecimento. Mais do que isso, ter a certeza de que os materiais e
medicamentos serão rastreados em todo o seu percurso dentro da instituição, de
forma a evitar perdas e garantir que a prescrição será seguida na hora, local e
dose certas.