O número de empregados nos hospitais que pertencem à Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) cresceu 8,1% em 2012 na comparação com o ano anterior, totalizando 80,6 mil colaboradores. O resultado é superior ao da criação de empregos no Brasil, que foi de 2,9% no mesmo período, segundo dados do Sistema Integrado de Indicadores Hospitalares (SINHA), presentes na 5ª edição do Observatório Anahp, lançado durante a Feira Hospitalar. A publicação reúne uma completa análise dos indicadores econômico-financeiros, operacionais, de gestão de pessoas e de qualidade dos hospitais associados, bem como uma análise do sistema de saúde suplementar. De acordo com a pesquisa realizada pela Anahp junto aos seus hospitais, a maioria dos colaboradores (64,1%) possui o ensino médio completo; enquanto 22,1% já completaram o ensino superior e 6,3% têm pós-graduação. ?Há uma tendência de alta na participação de colaboradores com nível de escolaridade mais elevado?, explica o presidente do Conselho de Administração da Anahp, Francisco Balestrin. Faturamento Outro dado publicado nesta edição do Observatório se refere ao faturamento registrado em 2012 pelos hospitais que integram a Anahp, que foi de R$ 11,4 bilhões; e à receita média dos hospitais da Anahp, que cresceu 4% em 2012 na comparação com o ano anterior, passando de R$ 314,5 milhões para R$ 326,8 milhões. ?Vale destacar que o crescimento não é atribuído a reajustes de tabelas e sim ao aumento da demanda por serviços hospitalares, que resultou em maior número de internação de pacientes?, ressalta Balestrin. Apesar da evolução, tanto receita média quanto a receita média por paciente-dia, que foi de 5,7% no período, ficaram abaixo da inflação medida pelo IPCA-Saúde, de 6,3%. Escassez de recursos O número de leitos nos hospitais da Anahp aumentou 1,4% em 2012 em relação a 2011, passando de 9.071 para 9.200 leitos. Desse total, 1,3 mil são leitos de UTI adulto, 442 de UTI neonatal e 321 são leitos de unidades semi-intensivas. O volume de internações e de cirurgias acompanhou o aumento de leitos, com crescimento de 2,6% e 2,4%, respectivamente. Ao mesmo tempo em que há uma forte demanda por investimentos no setor, existe por outro lado uma escassez de recursos e de fontes de financiamento. ?O setor hospitalar não foi contemplado no programa de desoneração da folha de pagamento do Plano Brasil Maior e, ao contrário das operadoras de planos de saúde não podem contar com investimento estrangeiro?, conta Balestrin. Urgências e Emergências A avaliação positiva dos serviços por parte dos usuários dos pronto-atendimentos é determinante para os hospitais que integram a Anahp. Para investigar a satisfação desse público nos serviços dos pronto-atendimentos dos hospitais da entidade, a Anahp encomendou um estudo qualitativo envolvendo duas capitais ? São Paulo e Rio de Janeiro. O estudo revelou que a falta ou a insuficiência de informações nos serviços de triagem e a demora no tempo de espera nestes prontos-atendimentos são o principal fator negativo apontado pelos pacientes. ?As redes hospitalares não cresceram na mesma medida que os planos de saúde?, explica Balestrin. Mesmo com os cuidados que os hospitais tiveram com o crescimento da demanda e com a qualidade do atendimento, ainda há o que fazer para garantir índices de satisfação maiores. ?Ocorre que, muitas vezes, os prontos-atendimentos estão substituindo atendimentos que poderiam ser realizados por médicos em seus consultórios?, completa. Qualidade e certificação Nos últimos cinco anos mais de um modelo de certificação vêm sendo incorporado entre as instituições e para participar do processo de acreditação é preciso investimento em segurança e qualidade diferenciado. As instituições membros da Anahp detêm 50% das acreditações internacionais concedidas a hospitais no Brasil e 20% das nacionais. ?Cada vez mais observamos o crescimento do número de hospitais empenhados em buscar certificações que comprovem a qualidade da assistência ofertada?, comemora o presidente. A Anahp, atualmente,  é constituída por 51 hospitais privados, com ou sem fins lucrativos, distribuídos em 12 estados e no Distrito Federal.