O HIS – Healthcare Innovation Show está prestes a começar! No dia 18 de setembro, o evento abre as portas no São Paulo Expo. Às vésperas da abertura, o Saúde Business conversou com Thiago Júlio, diretor médico da Memed e curador, ao lado de Istvan Camargo, do Palco Comunidade Healthtech. Thiago compartilhou suas expectativas para o palco e os temas que serão discutidos.  

“O Palco Comunidade Healthtech foi criado para destacar o protagonismo das startups no HIS, oferecendo um ambiente colaborativo onde empreendedores, profissionais de inovação e executivos do setor de saúde possam interagir e trocar ideias”, explica Thiago, ressaltando o pioneirismo do evento. 

A missão do palco é manter o HIS na vanguarda da inovação, discutindo temas relevantes não só para grandes empresas e instituições, mas também para fundadores e inventores que impulsionam o ecossistema das healthtechs. “O objetivo é criar conexões e abrir portas para que startups e gestores se conheçam e explorem esse universo”, pontua o curador. 

Cenário mundial das healthtechs 

Sobre o panorama global das startups de saúde, Thiago observa que o momento é de “mixed feelings”. Após o boom impulsionado pela pandemia, com soluções como telemedicina e prescrição eletrônica em alta, o setor enfrenta agora uma correção de mercado. 

“O entusiasmo do período pandêmico deu lugar a uma postura mais cautelosa por parte dos investidores, que estão demorando mais para avaliar os negócios e investindo menos capital. Isso tem um impacto direto no ritmo da inovação. Além disso, a crise financeira que afeta os sistemas de saúde, especialmente nos Estados Unidos, agrava ainda mais esse cenário”, explica. 

Nos mercados emergentes, como o Brasil, Thiago destaca que as oportunidades para healthtechs são vastas, embora existam desafios como a digitalização básica. “Aqui, não se trata tanto de desenvolver novas tecnologias, mas de comercializar soluções maduras que já existem. O Brasil é um terreno fértil para startups que possam suprir as demandas do setor”, acrescenta. 

Em termos de inovação tecnológica, Thiago vê muito potencial a ser explorado. “Eu ainda acho que tem muita coisa para acontecer, então é praticamente tudo, desde as óbvias, como inteligência artificial e blockchain, que ouvimos muito falar, mas que ainda têm muito potencial para ser destravado, até as tecnologias mais básicas, como prontuário eletrônico, registros de saúde e o uso de dados”, aponta. 

O curador destaca seu interesse nas inovações focadas em engajamento de pacientes e nas ferramentas de inteligência e suporte à decisão clínica para médicos e profissionais de saúde. “Eu gosto muito especificamente das partes que envolvem o cuidado do paciente, e vejo grande valor nas tecnologias que auxiliam o profissional de saúde na tomada de decisão”, afirma. 

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Desafios e oportunidades 

Um dos principais desafios para as startups de saúde, segundo Thiago, é encontrar o product market fit, ou seja, validar a solução tanto tecnicamente quanto comercialmente, com clientes dispostos a comprá-la. Ele destaca que esse será o tema central de um dos painéis que irá moderar no HIS. 

“O ciclo de vendas para instituições de saúde é longo, e barreiras como TI, jurídico e compliance tornam o processo de adoção complexo. Para startups que trabalham com inteligência artificial (IA), os obstáculos são ainda maiores”, alerta. 

O curador ressalta que as instituições muitas vezes não têm maturidade para adotar tecnologias já consolidadas, como os prontuários eletrônicos. “Imagine a dificuldade de um empreendedor de IA ao tentar validar sua solução em um mercado tão resistente a novas tecnologias”, reflete. 

Conexões e inovação 

Thiago enfatiza que o Palco Comunidade Healthtech foi planejado para debater esses e outros temas essenciais para o ecossistema de startups. Ele reforça ainda a importância de grandes empresas desenvolverem áreas específicas para o relacionamento com startups de modo a facilitar a interface entre inovação e operações tradicionais. 

“Trabalhar com startups é uma maneira mais acessível e ágil de implementar inovações, especialmente em tempos de restrição financeira”, conclui. 

O Palco Comunidade Healthtech busca ser um ponto de convergência para todos que desejam transformar o setor de saúde, desde fundadores de startups até executivos de grandes empresas. Será um espaço de troca de ideias e experiências que podem revolucionar o uso da tecnologia no cuidado à saúde. 

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