O Palco Estratégia e Liderança do HIS – Healthcare Innovation Show apresentou nesta quarta-feira (18) uma discussão sobre novas fontes de receita para agentes do setor de saúde. Com o tema “Endofinance: a fintechzação das empresas de saúde”, Paula Mateus, conselheira e investidora, conduziu o painel que contou com Carlos Benitez, CEO do BMP, Jimmy Lui, superintendente de Inovação e Corporate Venture Capital do Banco Votorantim e Marcelo Silva, CEO da Aditum.
Paula ressalta que não basta apenas reconhecer os problemas da falta de sustentabilidade – amplamente conhecidos – é essencial iniciar a implementação de soluções concretas. O endofinance é uma delas.
“Endofinance é a prática de tornar sua empresa o próprio banco de todo o seu ecossistema, com todos os serviços financeiros e bancários incorporados, atendendo as necessidades de todos os stakeholders, internos e externos. De uma maneira mais soft é a fintechizaçao da operação”, explicou Paula.”
No setor de saúde, o conceito ainda está em estágio inicial. No momento, há pesquisas sobre a viabilidade e as possíveis aplicações do endofinance na área. Pois é bastante complexo introduzir essa inovação em um ambiente tão desafiador quanto o da saúde.
É testando que se aprende
Como uma disseminadora do endofinance, Paula deu o primeiro pontapé, para o público do HIS, sobre o assunto e se mostrou otimista.
“Plantamos uma semente com esse painel. Agora tem que aculturar, porque é tema denso e o setor ainda não faz isso, como ocorre em outras indústrias. Quem já tentou fazer falhou, porque é natural. Estamos em um processo de aprendizagem. Aos poucos, as pessoas começam a entender, a olhar para dentro de casa e a evoluir”, pontua.
Há 25 anos no mercado financeiro com o BMP, Benitez aconselha profissionais do setor que desejam saber mais sobre o assunto e começar a pensar em possíveis modelos.
“A primeira é conhecer seu ecossistema, ou seja, com quem ele se relaciona. É um funcionário, processador de serviço, fornecedor, distribuidor por exemplo. Isso também depende da natureza do negócio. É um hospital, uma indústria de equipamentos, é um médico… A partir disso, é possível começar a construir um roadmap, no qual consegue interpretar quais são os melhores produtos ou quais são as necessidades dessa cadeia de negócio para que melhore a qualidade”, explica.
Promessas para o futuro da saúde
Grande entusiasta do endofinance, Paula encerrou o encontro e deixou um desejo para a próxima edição do HIS.
“Espero que o ano que vem a gente volte e a platéia diga que já fez vários testes. Poderemos ter alguns resultados preliminares e, o mais importante, traz dinheiro para o sistema. Não adianta a gente discutir sustentabilidade só dentro das caixinhas atuais. Precisa olhar para outras oportunidades de receita”, conclui.