Quem precisa passar por algum procedimento hospitalar, principalmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), teme os riscos de infecções, causadas por fungos, bactérias ou vírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema é responsável por mais de 100 mil mortes no Brasil todos os anos e preocupa diversos hospitais da rede pública e privada no país. Mas, atitudes simples, como a correta higienização das mãos, por exemplo, pode contribuir para uma redução de até 70% de riscos de contaminação, como explica o cardiologista e coordenador da UTI do Hospital Santa Helena, Dr. Gustavo Rodrigues.

“As mãos são o principal vetor de transmissão de bactérias e outros micro-organismos, seja no cuidado prestado pelo profissional de saúde ou no contato com outras pessoas, durante as visitas”, afirma. Segundo o médico, manter as mãos sempre limpas é fundamental, pois em 24 horas um paciente da UTI tem contato com pelo menos 15 pessoas, entre médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares e visitantes. “Se uma delas falhar na higienização das mãos, o paciente poderá ficar exposto à contaminação por agentes que causam infecções”, alerta o cardiologista Gustavo.

Quanto maior o tempo de permanência nas unidades de saúde, maiores serão as chances de riscos de contaminação, principalmente em hospitais que tratam de doenças crônicas. As infecções mais comuns, geralmente, são a urinária e a do trato respiratório, ocorrendo, geralmente, após as cirurgias. Para combater estes problemas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou protocolos de prevenção e controle para os hospitais brasileiros. Além de seguir esses protocolos com bastante rigor, o Hospital Santa Helena cria, constantemente, campanhas de conscientização para seu corpo médico a respeito da importância da higienização das mãos.

Elevar a cabeceira da cama, estimular o paciente a andar, por exemplo, também podem auxiliar a prevenir alguns problemas de infecção, segundo o especialista. “Se não diagnosticada, a infecção hospitalar pode evoluir para uma infecção generalizada, como também é chamada a Sepse – reação inflamatória do organismo infectado”, explica o coordenador da UTI.

Pesquisa do Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS), aponta que em algumas regiões brasileiras o índice de mortalidade por Sepse chega a 70%. Em 2013, 240 mil pessoas morreram nas UTIs brasileiras após terem seus quadros de infecção agravados.