O Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (FMRP) criou uma nova técnica cirúrgica para crianças recém-nascidas prematuras com Persistência do Canal Arterial, cardiopatia congênita que provoca o lançamento de sangue ao pulmão, com riscos de infecção pulmonar e de prejuízo ao desenvolvimento do bebê. A técnica foi desenvolvida pela equipe do professor Walter Villela de Andrade Vicente e permite o acesso ao canal arterial pelas costas do bebê, com uma incisão de no máximo dois centímetros, informa a Agência USP e Assessoria de Imprensa da FMRP.
Nas técnicas tradicionais, a incisão é feita do lado do peito da criança recém-nascida e a cicatriz cirúrgica de acesso ao coração enfermo pode deformar a mama definitivamente no futuro, uma seqüela importante caso a criança seja do sexo feminino.
Por este novo método, o afastamento dos órgãos para localizar o canal arterial é feito com cotonetes. Com o uso de clip metálico, o canal é definitivamente fechado. A operação, às vezes, pode ser concluída em menos de dez minutos. Pelo acesso dorsal, a distância entre a incisão na pele e o canal arterial é menor e a operação fica facilitada, tornando-se menos invasiva. Já foram operadas 106 crianças, com sucesso.
O Serviço de Cardiologia Pediátrica do HC da FMRP foi reconhecido pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) como centro de referência no interior. Só no ano passado, 182 crianças foram operadas, mais da metade delas recém-nascidas.