A partir de janeiro de 2004 a Unicamp (Universidade de Campinas) iniciará a implantação de um plano para readequar o Hospital de Clínicas (HC) à sua verdadeira vocação, que é a de hospital terciário e quaternário. A proposta, que já foi discutida com a Divisão Regional de Saúde (DIR12), ligada à Secretaria de Estado da Saúde, e com os conselhos municipais de saúde na região, prevê, entre outras medidas, a reorganização do atendimento no pronto-socorro e nos ambulatórios, que passarão a dar prioridade aos casos referenciados de maior complexidade. Para isso, o antigo setor de pronto-socorro passará a ser chamado de Unidade de Emergência Referenciada (UER) cujo principal objetivo será atender pacientes graves. Todo encaminhamento à UEF será feito através de contato telefônico pelos sistemas de resgate ou pela Central Reguladora de Vagas da DIR12 e da prefeitura. O mesmo procedimento deverá ser observado para as consultas ambulatoriais. O HC também destinará 18% dos leitos das especialidades para procedimentos considerados estratégicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como transplantes, cirurgias de epilepsia e implante coclear, entre outros. Os leitos de UTI, retaguarda do UER e oncologia ficaram fora destas modificações.
O plano foi discutido por um grupo de trabalho formado por 19 integrantes da área de saúde, incluindo docentes, estudantes e profissionais que respondem pelos diversos departamentos do HC. Segundo o grupo, as mudanças têm como principal objetivo preservar o papel do hospital no sistema regionalizado e hierarquizado, instituído pelo governo federal. A proposta é que o hospital universitário seja um espaço de atendimento especializado, como transplantes e tratamento do câncer, bem como de pesquisa, ensino, residência e pós-graduação.
Isso não significa, porém, que a Unicamp deixará de fazer atendimento primário e secundário na rede pública. Esse atendimento continuará ocorrendo como parte da formação dos alunos de graduação e residência.