A GlaxoSmithKline, que já foi a maior fabricante de medicamentos para o tratamento da Aids, vai formar uma nova companhia com a Pfizer a fim de aumentar sua participação em drogas contra a doença. Trata-se de um mercado que movimenta US$ 12,3 bilhões ao ano e é dominado pela norte-americana Gilead Sciences. A nova empresa, que se dedicará exclusivamente a pesquisa, desenvolvimento e comercialização de tratamen-tos contra a Aids, controlaria 19% do mercado na área, que possui um forte potencial de crescimento, explicaram os grupos em comunicado ao mercado. A parceria terá uma carteira de 11 medicamentos, todos já no mercado atualmente, que, combinados, faturaram US$ 2,4 bilhões em 2008. Além destes, informaram as empresas, serão lançados outros seis remédios, em fase de desenvolvimento.
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Segundo o acordo, a Glaxo começará com 85% de participação no novo empreendimento, enquanto a os outros 15% ficarão para a Pfizer – uma divisão que reflete o posicionamento atual dos produtos de cada uma que já são comercializados. Entretanto, o plano das parceiras é que a participação seja ajustada segundo o desenvolvimento futuro da filial. Se as metas forem atingidas, a Pfizer controlará 24,5% do total e a Glaxo, 75,5%.
Pioneirismo
A Glaxo, que tem sede em Londres e é dona do Combivir e o Epzicom, para o HIV, fez história em 1987 quando sua companhia predecessora, a Burroughs Wellcome, desenvolveu um medicamento que impedia que o vírus se replicasse dentro das células.
A fabricante de medicamento britânica tem, desde então, perdido terreno para a Gilead, depois que a concorrente, sediada na Califórnia, inventou terapias que combinam medicamentos em um único comprimido, e, com isso, tornou o tratamento mais conveniente para pacientes que tomam múltiplos medicamentos por dia para combater o vírus da Aids.
“Continuamos esperando que a Gilead permaneça um passo à frente da concorrência e enxergamos a nova companhia como um outro exemplo de fusão do setor farmacêutico que é conduzido pela debilidade”, defendeu o analista Ian Somaiya, da Thomas Weisel Partners. Os produtos da Gilead constituíram a maior parte dos US$ 7,2 bilhões em vendas de medicamentos contra a Aids nos Estados Unidos no ano passado. O tratamento para a doença que mais vende no mundo, o comprimido Truvada, feito de uma combinação de duas drogas, produzido pela Gilead, teve um alta de receita de 33% em 2008, para US$ 2,11 bilhões.
As vendas do Atripla, um comprimido que mistura três medicamentos que também pertence à companhia, subiu 74%, para US$ 1,57 bilhão. O Combivir, da Pfizer, teve vendas de US$ 645 milhões em 2008, enquanto a receita do Epzicom foi de US$ 659,7 milhões.