Quando não tratada corretamente, a doença pode ocasionar perda irreversível da visão

O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível. Dados da Associação Brasileira dos Amigos Familiares e Portadores de Glaucoma (ABRAG) indicam que cerca de um milhão de pessoas sejam portadoras da doença no País. De maneira geral, 1/3 ignora a condição.

Além do quadro congênito, a doença pode se desenvolver silenciosamente ao longo da vida. Embora não tenha cura, a maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. Dr. Mario Pacini, do Hospital Oftalmológico Pacini, lembra que o melhor caminho ainda é a detecção precoce: “É necessário realizar consultas periódicas ao oftalmologista, sobretudo, após os 40 anos de idade”. O especialista enfatiza, também, a importância de se buscar assistência diante de qualquer sintoma que atinja a visão.

Sobre os sinais que indicam a presença da doença, destacam-se na fase intermediária: embaçamento, sombreamento e sensação de restrição do campo visual. “Há casos agudos nos quais o indivíduo experimenta visão borrada, forte dor ocular, halos coloridos em volta da luz, náuseas, vômitos e cefaleia”, explica Dr. Mario. Já no estágio tardio, resta ao paciente apenas um campo tubular de visão.

Tratamento – Apesar da pressão intra-ocultar elevada não ser a única causa do glaucoma, até o momento diminuí-la é a principal medida. O controle pode ser obtido de maneira medicamentosa, a laser ou por cirurgia com incisão. Em um primeiro momento e dependendo do grau da doença, ocorre a prescrição de colírios e, para aqueles que não experimentam melhoras, medicação oral. “No caso de não se obter resultados, contamos com procedimentos avançados a laser. Trata-se de uma técnica que realiza pequenas queimaduras na rede trabecular, estimulando o sistema de drenagem que está funcionando mal. É um tratamento indolor”, revela Dr. Edney de Resende, que também atua no Hospital Oftalmológico Pacini.

A cirurgia com incisão é a alternativa indicada quando nenhum outro tratamento surtiu efeito. “Através desse procedimento, mais de 75% dos pacientes passam a ter a pressão intraocular devidamente controlada”, explica o Dr. Mario.

Os filhos de glaucomatosos precisam verificar com frequência a pressão intra-ocular. Alguns medicamentos também podem elevar a pressão de maneira transitória ou definitiva, dependendo do tempo de uso e da predisposição de cada pessoa. “Remédios como corticóides podem causar alterações da pressão ocular. Portanto, quem os usa por tempo prolongado deve ser acompanhado por um oftalmologista”, conclui Dr. Mario.