Nos últimos seis anos houve um grande avanço na profissionalização dos hospitais. A constatação é do presidente do Conselho Deliberativo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Henrique Salvador. De acordo com ele, as entidades, impulsionadas pelos processos de acreditação e pela maior regulamentação do setor, identificaram a necessidade de melhorar a gestão. O desafio, agora, está na reorganização da relação médico x hospital.

A questão, segundo Salvador, passa pelo modelo de remuneração. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e instituições do setor, inclusive a Anahp, trabalham para desenvolver programa de monitoramento de qualidade para os hospitais brasileiros. A ideia é atrelar boas práticas em saúde a uma remuneração diferenciada.

Os critérios para a avaliação ainda estão sendo definidos. No entanto, quatro aspectos que vão nortear os indicadores que já foram traçados. São eles: infraestrutura, efetividade do cuidado, eficiência técnica e satisfação do usuário.

Depois da definição de um novo modelo, a relação entre o médico e as entidades vai mudar. “Haverá uma maior gestão maior da atividade do profissional, por meio de protocolos por exemplo. É importante que os profissionais que trabalham nos hospitais sejam capacitados para essa nova fase que os hospitais estão vivendo”, explicou.

A mudança reflete nos negócios entre hospitais e fornecedores também. “As instituições vão ter que comprar melhor para poder sobreviver no mercado”, disse.

Relação com operadoras

Na opinião do presidente da Anahp, a relação entre os hospitais privados e as operadoras tem avançado. “Sentamos na mesa buscando alternativas que visem um equilíbrio do setor. Acho que essa profissionalização e movimentos de acreditação são exemplos de avanços irreversíveis para a saúde”, enfatizou.

Para Salvador, a paralisação dos médicos no dia 07 de abril é legítima pelo fato de pleitearam reajuste dos honorários. “Ao longo do tempo os honorários médicos tem sido reprimidos. Em algumas especialidades a situação é ainda pior, como é o caso dos pediatras”.

Ainda de acordo com o representante da Anahp, a ação reguladora da ANS sobre os prestadores poderia ser mais incisiva pelo fato de terem menor poder de negociação do que os planos de saúde. “Mas a agência ensaia algumas ações nesse sentido. O programa de qualificação das operadoras é uma delas”.

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