Casais que se deparam com problemas de fertilidade e optam por algum tipo de tratamento muitas vezes querem ter gêmeos ou trigêmeos, numa tentativa de compensar o tempo perdido. Mas evitar a gestação múltipla pode ser considerado um desafio para a reprodução assistida. “O nascimento de múltiplos bebês é considerado um problema de saúde pública, pois aumenta os riscos causados às gestantes e aos recém-nascidos, além de representar alto custo financeiro”, avalia a especialista em reprodução humana Hitomi Nakagava, da Clínica Genesis.
Para as mulheres, os riscos da gravidez múltipla são muitos. Segundo Hitomi, pode ocorrer, entre outros distúrbios, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, sangramentos e parto prematuro. A médica afirma que as complicações, conseqüentemente, afetam também os recém-nascidos, que podem apresentar seqüelas de prematuridade, como distúrbios respiratórios ou motores e até problemas cerebrais.
Em termos de reprodução humana, a medicina enfrenta um dilema. Quanto maior o número de pré-embriões implantados, maiores são as chances de sucesso. “No Brasil, o custo das tentativas para engravidar é elevado e muitas vezes assumido pelo próprio casal. O valor impede que sejam feitas várias tentativas uma após a outra”, conta Hitomi. Segundo ela, o ideal é que seja transplantado somente um pré-embrião de excelente qualidade por vez, ou, no máximo, dois. Mais do que isso só deve ser feito se a qualidade dos pré-embriões ou dos gametas não for boa.