Movimentando cerca de 6% do PIB brasileiro o segmento da saúde tem atraído não só investidores nacionais, como tem despertado a atenção de compradores de outros países para o mercado brasileiro de bens, consumo, tecnologia e serviços. A informação é do presidente da Associação dos Fabricantes de Produtos Médicos e Odontológicos (ABIMO), Djalma Luiz Rodrigues, que abriu nesta manhã a 11º edição da Feira Hospitalar, que acontece em São Paulo de 1 a 4 de junho no Expo Center Norte, apontando os resultados positivos vindos da parceria com a Agência de Promoção de Exportação do Brasil (APEX) num trabalho de adequação da indústria nacional ao modelo exportador.
Segundo Rodrigues, a rodada de negócios com os 18 países compradores que estarão presentes durante à feira demonstra que o Brasil é a nova opção do mercado mundial para a indústria da saúde. Prova disso, é que os negócios vindos da parceria superaram as metas estabelecidas pela Agência atingindo 15% do montante negociado. ?As dificuldades econômicas do País não deixaram o setor na lentidão?, explica. Para ele, embora a estratégia com a indústria nacional esteja atingindo seus objetivos ainda é necessário um programa político e tributário mais claro para as indústrias, além da retomada das compras governamentais que deverá movimentar o mercado nacional.
Juan Manuel Quirós, presidente da Apex-Brasil, confirma os números expressivos do setor na balança comercial brasileira registrando um montante de US$ 226 milhões no ano passado, contra os US$ 171 milhões de 2002. No entanto, ele ressalta que comparado às exportações ainda existe um importante saldo negativo. ?No ano passado, as importações atingiram US$ 852 milhões, o que nos deixa um saldo negativo de US$ 629 milhões. Nosso objetivo é diminuir essa diferença?, afirma. A expectativa é que as rodadas de negócios gerem vendas superiores a US$ 2 milhões.
Arthur Chioro, diretor da alta complexidade do departamento de atenção especializada do Ministério da Saúde, representando o ministro da Saúde Humberto Costa, disse que o governo tem priorizado a política nacional da saúde, com a expansão e qualidade da atenção básica atendendo mais de 100 milhões de brasileiros. ?O foco estratégico é a reforma do sistema hospitalar, com programas de certificação e, essencialmente, de financiamento do setor. Ainda existe um modelo perverso de pagamentos que tem que ser mudado, já que muitas vezes não atende aos interesses dos cidadão e sim às necessidades e dificuldades financeiras dos hospitais. Por fim, o Governo Federal e o BNDES está interessado em apoiar o sistema industrial do setor?, alega.
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, conta que esse apoio também se estende em âmbito estadual especialmente com o cumprimento da emenda constitucional 29, que determina os gastos mínimos com a saúde. ?Governar é escolher. O dinheiro nunca dá para fazer tudo?, argumenta. Alckmin conta que outra ação de sucesso são os 17 hospitais construídos, desde o governo Covas, que tem o gerenciamento da iniciativa privada e buscou diminuir as diferenças de atendimento no Estado.
A Hospitalar recebe 750 expositores de 29 países que mostram produtos e serviços voltados ao segmento que movimenta anualmente R$ 90 bilhões.