?Mídia social sem meta é apenas barulho?, declarou Andy Wang, principal arquiteto de sistemas da Genentech, durante a Enterprise 2.0 Conferece, evento da UBM TechWeb, realizado nos Estados Unidos. Wang e seu colega, Adam Graff, gerente sênior de serviços de colaboração da Genentech, ofereceram uma visão geral da atual aposta da empresa em TI de consumidor. E enquanto os alertas de Wang sobre os perigos de iniciativas sociais de TI possam parecer direcionados aos profissionais mais tradicionais da área, não foi nada além de um alerta para aumentar a proteção de servidores locais e softwares orientados a negócio.
Desde que decidiu abraçar TI de consumo, em 2007, a Genentech se tornou exemplo dos benefícios da TI não tradicional. A empresa, que se fundiu a Roche, em 2009, se tornou um dos principais usuários do Google Apps, assim como do Salesforce.com; Jive, para rede social corporativa; e iOS, como plataforma móvel. Não tem sido uma caminhada tranquila, admite Graff. ?Aprendemos algumas lições difíceis logo no começo?, conta.
Por exemplo, não existe um mapa para tecnologia de consumidor. Empresas como a Apple e o Google raramente pré-anunciam produtos. Isso significa que a equipe de TI da Genentech teve de ir atrás de fornecedores e usuários internos para entender o que está por vir e como iniciativas passadas foram recebidas.
?Um dos maus hábitos que tínhamos era ?crie e eles virão??, revelou Graff, exemplificando com a implatanção do Jive na empresa. A Genentech implantou o software social Jive como plataforma para wikis, blogs e discussões, lembrou o executivo. A empresa tinha um programa de gerenciamento de mudanças que durou um ano. Mas a falta de disseminação e comprometimento de gerenciamento levou ao fim do uso do software.
Com certo entusiasmo inicial, o uso estabilizou após a conclusão do programa de gerenciamento de mudanças, mas, logo depois, caiu conforme os usuários migraram para serviços de colaboração, como Ning e Yammer, que lhes pareciam mais interessantes.
O mercado consumidor gera múltiplos aplicativos móveis e web que podem fazer muito do que fazem as aplicações corporativas, e, geralmente, com mais qualidade e agilidade, sugeriu Graff.
A TI não pode mais simplesmente ignorar certos projetos, ensinou Graff, ela deve trabalhar com os usuários para determinar uma velocidade de mudança confortável. Permanecendo relevante, ele sugere, ?irá precisar de investimentos mais significativos em gerenciamento de mudanças e adoção?.
Graff oferece um exemplo de estratégia social com propósito: a Genentech usa ferramentas sociais para reduzir custos no desenvolvimento de drogas. Alguns anos atrás, levou 10 anos e US$ 1 bilhão para lançar uma nova droga ao mercado. Hoje, os números são 14 anos e US$ 1.5 bilhão, disse Graff.
Uma das principais despesas, de acordo com ele, são os testes clínicos. Por isso, o grupo de desenvolvimento de produtos da Genentech adotou crowdsourcing e ferramentas sociais para reunir informações e interagir de forma mais eficiente.
Wang deu outro exemplo de projeto social orientado a propósito: um aplicativo para iOS personalizado ? um dos 60 que a Genentech criou ? que funciona com tecnologia Skype, para que médicos possam consultar especialistas sobre receitas.
Wang concluiu dizendo que tecnologia não basta ? os usuários irão sempre buscar ferramentas melhores. O papel da TI é se juntar aos usuários, compreender suas necessidades e oferecer as ferramentas desejadas, desde que as políticas permitam.
Genentech determina metas em redes sociais
Ferramentas de colaboração social por si só não são receita de sucesso ensina companhia farmacêutica
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