Uma análise realizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra que os gastos com saúde tendem a aumentar em proporção ao PIB dos países, sejam eles economias maduras ou em desenvolvimento.
Segundo o Fundo, a média do PIB das nações ricas destinada a custear os sistemas de saúde está em 7,3% e deve atingir 10,4% em 2030 ? a desaceleração no crescimento econômico devido à crise ajuda a piorar a situação, já que o Produto Interno Bruto avança menos. Já nos países emergentes, o impacto no PIB está 2,5% hoje e a estimativa é que atinja 3,5% em duas décadas ? no Brasil, os números são 3,6% do PIB atual e 5,6% em 2030.
O estudo internacional indica o envelhecimento da população e os avanços tecnológicos da medicina, que encarecem os tratamentos, como principais razões da elevação – nos países emergentes, como o Brasil, o crescimento da população idosa responde por metade da evolução nos gastos.
A CEO do Grupo Hospitalar Santa Celina, Ana Elisa A.C. Siqueira, acredita que o aumento é inevitável, mas há iniciativas que comprovadamente ajudam a controlar os custos.
De acordo com ela, enquanto as economias mais maduras possuem uma estabilidade na pirâmide etária é preciso notar que o Brasil tem um envelhecimento importante da população. O IBGE mostrou que o brasileiro está vivendo em média 25 anos a mais que em 1960, e no mesmo intervalo a proporção de idosos na população saltou de 2,7% para 7,4%.
Iniciativas
E, segundo a especialista, essa mudança tem impacto direto no aumento dos custos e na maneira como eles devem ser geridos. Diante desta realidade é necessário antecipação aos episódios que elevam os gastos com saúde. É por isso que o Grupo Hospitalar Santa Celina está desenvolvendo estudos que tem o objetivo de demonstrar como prevenção e controle de riscos podem ajudar na contenção de gastos.
O primeiro é um levantamento realizado no programa Semeando Saúde, que atualmente monitora pessoas levando em conta idade, hábitos e indicadores de saúde e qualidade de vida. A partir desses dados, é colocado em prática um programa de educação dos participantes para cuidar da própria saúde com acompanhamento de profissionais ? o monitoramento pode ser dar por contatos telefônicos ou visitas de profissionais de saúde.
A economia gerada é de 19,22% dos gastos com saúde das operadoras e empresas que disponibilizam o Semeando Saúde para suas populações.
Outro projeto do Grupo Hospitalar Santa Celina demonstra que o acompanhamento estreito de quem já está com a saúde debilitada também traz redução de custos. Denominado Closer, o trabalho teve como objetivo desenvolver um planejamento assistencial diferenciado para pacientes de atenção domiciliar (Home Care) que registraram mais de uma reinternação hospitalar ? eles tiveram um acompanhamento ativo de profissionais de saúde durante um semestre, incluindo análise funcional e individualização da assistência.
Como resultado, houve uma queda de 26% nas reinternações hospitalares e redução de 39% nos chamados de urgência. Isso gerou economia de mais de 23% (ou R$ 10 mil em média por pessoa) para as operadoras de saúde às quais os pacientes eram associados.
Gastos com saúde terão maior impacto no PIB, diz FMI
Segundo o Fundo, a média do PIB das nações ricas destinada a custear os sistemas de saúde está em 7,3% e deve atingir 10,4% em 2030 ? a desaceleração no crescimento econômico devido à crise ajuda a piorar a situação
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