A empresa japonesa Fujifilm adquiriu a americana Xerox em um acordo de US$ 6,1 bilhões. Desde 1962, as empresas já participavam de uma joint venture chamada Fuji Xerox, na qual a Fujifilm detinha 75%, contra 25% da Xerox. Essa parceria foi a mais longa da história entre empresas dessas nacionalidades.

Sob o acordo, a Fuji Xerox comprará a participação da Fujifilm, que usará os lucros para comprar 50,1% das ações da Xerox. Isso marca o fim da independência da empresa americana e confere a fusão o valor de US$ 18 bilhões. A empresa ainda pagará um dividendo de US$ 2,8 por ação aos seus atuais acionistas, somando cerca de US$ 2,5 bilhões.

“A nova Fuji Xerox se beneficiará não apenas do seu tamanho, mas também de seus sólidos recursos de gerenciamento, incluindo marcas fortes, tecnologias de ponta e recursos humanos excelentes”, disse a Fujifilm.

A aquisição ganhou força após a Xerox ter sofrido pressão para ganhar escala, reduzir custos e encontrar novas fontes de receita, já que há uma demanda decrescente para impressão nos escritórios. A Xerox caiu em algo chamado de “armadilha de competência”. Ou seja, ficou tão boa em máquinas de cópia e impressoras que, eventualmente, pecou em se reinventar nos negócios. Em teoria, a Fujifilm está se afastando da área de impressoras e expandindo para mercados que sobreviverão a longo prazo, como serviços de impressão gerenciada, inteligência artificial e imagens médicas.

Em termos de mercado, a Fujifilm aumentou 3,4% o lucro operacional da empresa no quadrimestre enquanto a Xerox registrou uma perda de US$ 196 milhões no mesmo período. Lembrando que o resultado foi afetado por uma cobrança tributária de US$ 440 milhões relacionada à mudança de taxas nos EUA. Segundo as empresas, a unificação permite que a Fuji Xerox economize pelo menos US$ 1,7 bilhões até 2022 pela sinergia de operações.

Após pressão dos investidores Carl Icahn e Darwin Deason, que detêm mais de 15% da Xerox, para explorar opções estratégicas e negociar melhores termos com a FujiFilm, Jeff Jacobson CEO da Xerox, disse em comunicado que a consolidação dos processos de pesquisa e desenvolvimento irá melhorar a competitividade e aumentar a receita. “A transação cria uma empresa que será dramaticamente mais forte e mais competitiva do que qualquer uma das empresas independentes”, e acrescentou, “A fusão tem uma lógica industrial convincente e proporcionará oportunidades significativas de crescimento e produtividade para a Fuji Xerox, proporcionando valor substancial aos acionistas da Xerox”.

Como parte da reestruturação, algumas fábricas da Fuji Xerox serão encerradas e haverá um corte de 10 mil postos de trabalho até 2020. A joint venture tinha mais de 47 mil funcionários, o que significa que as demissões reduzirão sua força de trabalho em mais de um quinto. Após o anúncio dos cortes, as ações da Fujifilm caíram 8,3%.

A empresa manterá o nome Fuji Xerox e se tornará uma subsidiária da Fujifilm, com sede dupla nos Estados Unidos e no Japão. Ela será liderada pelo CEO da Xerox, Jeff Jacobson, enquanto a CEO da Fujifilm, Shigetaka Komori, servirá como presidente. “Estou confiante de que a capacidade da Fujifilm para impulsionar a mudança, bem como sua experiência de reinvenção bem-sucedida, dará uma vantagem competitiva ao novo Fuji Xerox”, disse Shigetaka Komori.