A internação numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode causar algumas debilidades motoras aos pacientes. “Eles apresentam maior dependência funcional, ou seja, têm restrição de mobilidade, com dificuldade para se movimentar, levando à polioneuropatias, disfunção do sistema nervoso e muscular”, explica o fisioterapeuta José Aires, da UTI do Hospital Santa Luzia, em Brasília.
Para minimizar os prejuízos motores causados pela internação na UTI, o Hospital Santa Luzia disponibiliza, desde 2004, um serviço de fisioterapia 24 horas. O atendimento em tempo integral é realizado por uma equipe de 22 fisioterapeutas. Todos especializados neste tipo de cuidado.
“A UTI do Hospital Santa Luzia é adaptada para a mobilização precoce do paciente. Temos recursos que vão desde bicicletas adaptadas para os leitos dos pacientes que não podem se levantar até aparelhos de eletroestimulação muscular”, destaca José Aires. Ele acrescenta que a eletroestimulação é direcionada aos músculos do paciente, garantindo o ganho de força e a prevenção da atrofia muscular.
O fisioterapeuta enfatiza que o tratamento é iniciado nas primeiras 48 horas de internação e que todo paciente deve realiza-lo. “Todo paciente deve ser estimulado, mesmo os que estão sedados e com fraturas ósseas, por exemplo. Para aqueles que não podem sair do leito, adaptamos as ações, como é o caso do estímulo elétrico”, esclarece.
Terapia intensiva
José Aires ressalta que a fisioterapia na UTI é responsável pelo tratamento de mobilização precoce dos pacientes críticos. “O objetivo principal deste tratamento é a retirada do paciente do leito, ou seja, estimular a movimentação dos membros inferiores e superiores, evitando o declínio funcional”, detalha.
A terapia é personalizada e composta por etapas, o que estimula o paciente a progredir gradualmente, de acordo com os seus limites. “O primeiro passo é o fortalecimento muscular, seguido da mobilização dos membros inferiores e superiores. Após essa fase, são realizados testes de equilíbrio, para que a pessoa possa sentar, levantar e, posteriormente, andar”, conclui o especialista.