Em resposta a uma demanda técnica e profissional no campo da telemedicina, o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), por meio do Laboratório de Telessaúde, promove em 2015 o primeiro curso de capacitação profissional em telessaúde.
Em parceria com o Ministério da Cultura, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Hospital dos Servidores do Estado, Hospital Gaffrée e Guinle e de Núcleos de Telessaúde da cidade do Rio de Janeiro, o curso foi idealizado com a proposta de capacitar e sistematizar o trabalho já realizado e trazer ao mercado profissionais aptos a gerenciar técnicas audiovisuais e processos capazes de sanar lacunas existentes na área e melhorar o trabalho a ser realizado, de forma que a contribuição seja efetiva para a saúde pública.
A responsável pelo Laboratório de Telessaúde do IFF e também coordenadora da capacitação, Angélica Baptista, reconhece essa carência técnica e acredita que o conteúdo aplicado no curso vai agregar e ampliar as habilidades de profissionais que já estão no mercado. A ideia partiu de uma observação diária, na qual as pessoas que trabalham com Telessaúde conhecem bem as ferramentas de computação e pouco da administração e gestão hospitalar, muitas vezes, essa deficiência se estende ao campo audiovisual dificultando a efetividade do produto final, pontuou.
Outra observação da pesquisadora são as habilidades que esses profissionais, já inseridos no mercado, adquirem nas atividades diárias. Esse talento agregado ao campo teórico-prático contribui e qualifica o trabalho, principalmente no âmbito da saúde pública. Nesse contexto, a Rede Universitária de Telemedicina (Rute) e o Telessaúde Brasil Redes podem ser definidos como a utilização desse conhecimento no campo da informação e comunicação para transmitir atividades que envolvem promoção, proteção e prevenção da saúde no Brasil.
O Telessaúde Brasil é uma atividade estratégica para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois amplia o atendimento na atenção básica e promove a troca do conhecimento entre a pesquisa e atenção primária. Com base nesse conceito, o programa foi pensado em três eixos básicos: conceito do SUS, as ferramentas utilizadas na construção de um produto e a sua utilização e os protocolos de configuração utilizados para uma videoconferência. Essas linhas de pensamentos serão consolidadas ao longo do curso, de forma que esse profissional entenda cada processo e a sua importância para a construção do produto final.
Angélica ressalta que além dos três módulos, a atuação no campo prático será de grande importância, sendo assim, algumas parcerias foram essenciais para que os futuros profissionais possam vivenciar essa experiência. O aluno vai ver os três eixos na teoria e vivenciá-los no campo prático, com objetivo de ampliar o aprendizado e poder aplicar o que aprendeu em sala de aula, enfatizou.
A pesquisadora garante que a iniciativa terá uma formação técnica de ponta para o mercado e que será um projeto piloto para um curso à distância. Acredito na contribuição efetiva para melhorar a Telessaúde no SUS, para que o profissional de saúde, o pesquisador e o médico possam se falar através de teleconferências e, ainda sim, discutirem diagnósticos com segurança e tranquilidade, com a colaboração de técnicos capacitados e conscientes do seu papel. Com isso, ele vai ajudar a salvar vidas. É preciso disseminar esse conceito, concluiu Baptista.
Mais informações no site do IFF.