Você já deve ter lido diversas listas com as tecnologias que devem dominar os próximos cinco anos ou mesmo aquelas que, hoje, já estão no radar dos executivos de TI. Mas algumas dessas tendências parecem unanimidades. Cloud, mobilidade ? que já se desenvolve há alguns anos ? e social são algumas delas. Dificilmente um fabricante de TI não foca ao menos uma dessas três em sua estratégia e, para o CEO da MicroStrategy, Michael Saylor, não se atentar ao que acontece nesses ambientes pode comprometer os negócios de uma corporação. Um claro recado aos gestores de TI que ainda titubeiam em se aventurar neste mundo.
Ao falar para uma plateia com mais de duas mil pessoas que vieram ao MicroStrategy World 2012, em Miami (EUA), o executivo discorreu sobre o que acredita ser os quatro pilares de trabalho da companhia que está à frente: mobilidade, cloud, social e big data. Para ele, vivenciamos um momento onde tudo ser converte em software, inclusive os serviços aos clientes, o que traz muitas oportunidades para empresas.
Enquanto falava sobre essa conversão do mundo em software, sobrou até para a Kodak. ?Câmeras não se convertem em software?, alfinetou o executivo. O The Wall Street Journal foi outro exemplo ? desta vez positivo ? usado pelo executivo, ao lembrar que, a junção de nuvem, software, mobilidade e internet permite que uma pessoa em qualquer lugar do planeta acesse o conteúdo da publicação ao mesmo tempo que um morador de Manhattan. ?Toda companhia vai querer plantar seu software em seus clientes?, frisou.
Mas mais interessante que ouvir Saylor comentar a conversão do mundo em software é sua fala sobre redes sociais. Com um tom de ironia, afirmou amar que os CEOs da IBM, SAP e Oracle não estejam presentes no Facebook, o que, na visão dele, é fundamental para entender o que acontece naquele ambiente. E avaliou que, entre todos os sites sociais, a rede idealizada por Mark Zuckerberg é a mais importante para o mundo dos negócios.
?As companhias conseguem um ROI invariável com publicidade, fãs e monitoramento de sentimento. O valor do Facebook está no ativo de dados. Imagine acessar um bilhão de contas de e-mails e todas as informações de perfis. Você tem uma base hoje que pude mudar muito?, pontuou Saylor. Ao usar o Facebook e criar uma aplicação de sua empresa na rede, além de todo o cadastro básico dos participantes, é possível elaborar gráficos demográficos, por interesse e por interação social.
?O acesso a toda essa base de dados do Facebook traria muito retorno às empresas. Porque você acessa, analisa e promove ações a partir do resultado da análise. Nosso gateway provê o acesso, o Wisdom faz a segmentação (a chamada customer intelligence) e o Alert traz uma espécie de marketing e comércio com promoções virais.?
No campo da mobilidade, parece não haver questionamento de que os dispositivos móveis já se convertem no primeiro ponto de acesso computacional ao redor do mundo. Saylor levou para sua apresentação números que projetos 4,5 bilhões de smartphones ativos em 2015, para uma população estimada de 7,2 bilhões. De todo o planeta, a previsão é que apenas 100 milhões de indivíduos não tenham qualquer tipo de acesso móvel, seja um celular comum ou modelos mais sofisticados.
E nesse universo residem diversas possibilidades. Os tablets, por exemplo, trouxeram interatividade e interfaces amigáveis para softwares corporativos. Só em 2011 foram 40 milhões de iPads despachados. Ainda que o custo ? tanto do hardware quanto do serviço de dados ? ainda seja uma barreira, há um processo de barateamento que ampliará o acesso. ?A computação móvel transforma a forma como a informação é entregue?.
*O jornalista viajou a Miami a convite da MicroStrategy