Para reduzir os custos em saúde e evitar a agudização, especialmente de pacientes com doenças crônicas, diversas iniciativas governamentais ao redor do mundo têm investido nos cuidados de transição.
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Dentro das estratégias do Affordable Care Act, conhecido nos Estados Unidos como Obamacare, para aumentar a qualidade e acessibilidade aos serviços de saúde, os Centers for Medicare and Medicaid Services (CMS – Centros para os Serviços do Medicare e Medicaid) passaram a estimular a adoção do transitional care management (TCM – gestão dos cuidados de transição). A estimativa do órgão, em 2013, era de que dois terços de todas as altas hospitalares seriam elegíveis para os cuidados de transição.
Principal estudiosa sobre o assunto, a PhD pela Universidade da Pensilvânia Mary Naylor conduziu uma pesquisa, em conjunto com a Robert Wood Johnson Foundation, organização filantrópica que apoia pesquisas e programas de saúde nos Estados Unidos, em que constatou que os cuidados de transição estão se espalhando pelo país. O estudo apontou que 60% dos 550 entrevistados já utilizam o TCM sozinho ou em combinação com outras abordagens para evitar reospitalizações num período inferior a 30 dias.
Apenas a iniciativa da Community Care of North Carolina (CCNC Comunidade de Cuidados da Carolina do Norte) conseguiu reduzir uma readmissão a cada seis pacientes no programa. A CCNC também percebeu uma queda de 10,3% das admissões em pacientes do Medicaid com múltiplas condições crônicas.
No Reino Unido, os programas de cuidados de transição englobam pacientes com doenças crônicas, deficiências e mães com seus recém-nascidos. “A elegibilidade para o programa de cuidados continuados do NHS não impõe limites nos locais em que o pacote de apoio pode ser oferecido ou no tipo de serviço”, diz o governo no quadro normativo para os Cuidados Continuados e de Enfermagem do NHS.
Na Austrália, o programa My Aged Care (Meus Cuidados de Idoso) foca em pacientes da terceira idade que precisam de apoio pós-alta. Os serviços podem incluir terapia de baixa intensidade ou fisioterapia, acesso a um assistente social, além de cuidados pessoais e de enfermagem. O serviço tem duração de 12 semanas e é subsidiado pelo governo, com contrapartida do paciente.
Outro experimento, realizado em um hospital terciário de Cingapura com 259 pacientes, mostrou uma redução de admissões acima de 50% entre três e seis meses após a entrada no programa. As idas à Emergência caíram 48% no mesmo período.
“Pacientes que participaram de programas de cuidados de transição em suas casas tiveram menor utilização de cuidados agudos nos hospitais. São necessárias a avaliação abrangente das necessidades médicas e sociais dos pacientes no ambiente doméstico e a formulação de um plano de cuidados otimizado e individualizado pós-alta para pacientes clinicamente complexos”, concluem os pesquisadores.