Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia e Berkeley, nos Estados Unidos, analisou dados do National Vital Statistics System, um banco de dados que armazena informações sobre a morte de fetos nos Estados Unidos, entre janeiro de 1996 a dezembro de 2002, constatou que o choque psicológico causado pelos ataques de 11 de setembro possuem ligação com o número de abortos espontâneos de fetos do sexo masculino naquele mês de 2001.
Os pesquisadores calcularam quantos abortos seriam esperados para um setembro comum e descobriram que em 2001 esse número foi consideravelmente maior, principalmente entre os meninos.
O fato que surpreende é que o atentado afetou pessoas que não tinham ligação direta com o problema nem tiveram pessoas influenciadas pelo episódio. Um dos especialistas da Universidade da Califórnia utiliza a teoria do ?luto comunal? para explicar o fenômeno.
Ele conta que essa teoria diz que as sociedades podem reagir de modo negativo a eventos nacionais importantes, mesmo não tendo ligação direta com as pessoas envolvidas nesses eventos. Segundo os pesquisadores, os resultados das pesquisas podem demonstrar isso. Sendo assim os ataques de 11 de setembro podem ter sido uma ameaça à vida de fetos de meninos nos Estados Unidos.
No entanto, os pesquisadores enfatizam que ainda não há uma explicação definitiva para o problema atingir mais os fetos masculinos do que os femininos.
E ressaltam quem em muitas espécies, períodos sucessivos de stress supostamente reduzem o índice de nascimentos masculinos. Isso deve refletir algum mecanismo preservado pela seleção natural para melhorar o sucesso reprodutivo das mulheres como um todo.
Entretanto, os pesquisadores reconhecem que a pesquisa tem limitações. Uma delas é o fato de os ataques terroristas de 11 de setembro terem sido muito significativos, o que dificulta a comparação com outros episódios.
Para os cientistas, a descoberta não deve ser generalizada para outros eventos estressantes na população, apesar de análises feitas na Califórnia sugerirem que os baques na economia têm influência nas mortes de fetos do sexo masculino.
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