A expectativa de vida para os nordestinos será afetada pelas mudanças climáticas e deve ficar abaixo da média nacional, de acordo com o estudo Migrações e Saúde: Cenários para o Nordeste Brasileiro-2000/2050, divulgado hoje.
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O estudo foi feito para a Embaixada Britânica pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e pelo Centro de Pesquisas René Rachou, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O coordenador do Cedeplar/UFMG, Alisson Barbieri, destacou que a expectativa de vida no Nordeste tende a aumentar, embora esse ainda fique em patamar abaixo da média do país, devido ao envelhecimento da população e ao aumento da longevidade, que é diferente nas várias regiões.
“No caso da região Nordeste, a população ficará mais envelhecida, viverá mais; porém, com uma menor intensidade em relação ao Brasil”, apontou.
Barbieri informou que, atualmente, a taxa de fecundidade total brasileira, que é medida sobre o potencial da reprodução da população, é abaixo da reposição.
“Ou seja, para que a população pelo menos se mantivesse constante no futuro, cada mulher deveria ter dois filhos. Um para substituir a mãe quando morresse e outro o pai quando morresse”.
No Brasil, entretanto, de forma geral o que ocorre hoje é que as mulheres têm menos de dois filhos. Isso faz com que haja menos crianças na população e mais adultos idosos.
“Acontece no Brasil inteiro. E no Nordeste também está sucedendo. Então, no futuro, teremos uma população mais envelhecida”.
Barbieri salientou que no caso das mudanças climáticas, as crianças e os idosos são os mais vulneráveis às ondas de calor e aos impactos negativos sobre a saúde.
Outro aspecto demográfico que tem se verificado no Brasil como um todo é o aumento da longevidade, isto é, da expectativa de vida, gerada, principalmente, pela redução da mortalidade infantil.
“Uma criança que nasce hoje no Brasil, e isso vale para o Nordeste, viverá mais no futuro, em função da redução geral desse nível de mortalidade”.
O que acontece, segundo o coordenador da pesquisa pela UFMG , é que mesmo que isso seja tendência geral no Brasil, existem diferenças regionais.
No Nordeste, por exemplo, haverá aumento da expectativa de vida devido à diminuição da mortalidade infantil. Porém, esse aumento da expectativa de vida ainda será menor do que em outras regiões do país, como o Sudeste e o Sul. Nessas regiões, a tendência é de aumentar a expectativa de vida e superar a do Nordeste.
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