Os ministros da Saúde, Saraiva Felipe, e da Educação, Fernando Haddad, divulgaram ontem (28/03), em Brasília, um estudo que mapeou a trajetória dos 14 cursos da área da Saúde entre 1991 e 2004. A iniciativa, inédita no País, vai subsidiar a formulação de uma política nacional de formação de profissionais do setor. Os cursos analisados foram os de biomedicina, ciências biológicas; educação física; enfermagem; farmácia, fisioterapia; fonoaudiologia; medicina; medicina veterinária; nutrição; odontologia; psicologia; serviço social e orientação; e terapia ocupacional.
A análise mostra, por exemplo, que a evasão no curso de medicina é menor entre estudantes de baixa renda em relação aos de classes sociais com melhor situação financeira. Dos 50,1% da população com renda de até três salários mínimos, só 8,8% ingressam no curso. Em compensação, 10% desses estudantes são concluintes. Este é o único caso, nas 14 áreas da saúde, em que o número de estudantes concluintes de baixa renda supera o de ingressantes. O curso de medicina também é o único em que as instituições públicas superam as instituições privadas em número de matriculados.
De 1991 a 2004, o curso de saúde que apresentou maior crescimento de matrículas foi fisioterapia, de 11.379 para 95.749 (aumento de 741,5%). Em seguida, está enfermagem, que passou de 22.237 matrículas para 120.851 (variação de 443,5%). Medicina apresentou o menor aumento. Em 1991, eram 46.881 matriculados; em 2004, 64.965 (aumento de 38,6%).
O estudo aponta que a demanda pelos cursos de saúde continua elevada, especialmente no setor público, com relação de 16,2 candidatos por vaga, contra 1,9 no setor privado. Medicina é o curso mais concorrido, com 39,3 candidatos por vaga nas instituições públicas de educação superior e 11,9 nas particulares. É também o curso com maior taxa de ocupação – 95% das vagas nas universidades públicas e 85% nas privadas.
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