Instituto Avon e os grupos de pesquisa GBECAM-LACOG coletaram dados por meio de entrevistas com 2950 mulheres e análises dos prontuários médicos em 22 cidades
O Instituto Avon, o GBECAM (Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama) e a LACOG (Latin American Cooperative Oncology Group) apresentam o estudo inédito, Amazona III. A pesquisa contou com 2.950 mil mulheres, com idade inicial de 18 anos ou mais, que foram diagnosticadas com câncer de mama no período de janeiro de 2016 a março de 2018, com estágios clínicos entre I e IV, em 22 hospitais de diferentes estados do Brasil. Com o objetivo de identificar a situação atual da assistência do câncer de mama no Brasil, foram coletados dados sociodemográficos, clinico-patológicos, de tratamento e desfechos da doença por meio de entrevistas com as pacientes e análises dos prontuários médicos.
A média de idade ao diagnóstico do câncer de mama foi de 53 anos, sendo que 43% tinham menos de 50 anos. O estudo identificou também que 68% das pacientes apresentavam estágio clínico II-III ao diagnóstico, considerada doença localmente avançada. Este número reforça os dados apresentados sobre o método de diagnóstico – apenas 34% dos casos foram detectadas por meio de rastreamento assintomático, com a realização de exames de imagem (mamografia e/ou ecografia) de rotina, enquanto o restante descobriu a doença por meio de algum tipo de sintoma. Isto sugere que as mulheres não têm mantido a rotina de visita ao médico e exames de rastreamento do câncer de mama regulares.
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum em mulheres do Brasil, com 60 mil novos casos estimados por ano. Nos países de baixa e média renda, as pacientes são diagnósticas em estágios mais avançados em comparação com países de primeiro mundo.
Um dado interessante deste estudo é que pacientes mais jovens, isto é, com menos de 40 anos no diagnóstico, tinham menos doença inicial, estágio I (19% versus 27%), e mais doença localmente avançada, estágio III (36% vs. 25%), quando comparado àquelas com mais de 40 anos no diagnóstico. Os dados reforçam a importância da revisão da idade indicada para a realização de exames de rastreamento (mamografia), que hoje no Brasil é de 50 anos de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer) e 40 anos pela Sociedade Brasileira de Mastologia.
O estudo Amazona III também trouxe um paralelo entre o estágio do diagnóstico e o tipo de seguro saúde, privado ou público. Os dados mostram que pacientes diagnosticadas no sistema público (SUS) apresentam doença mais avançada ao diagnóstico, 33% estágio III, enquanto no setor privado apenas 14% dos casos estavam no mesmo estágio. Já no sistema privado, os diagnósticos do câncer de mama no estágio I (inicial), representam 41%, enquanto no público, apenas 18%. O estágio clínico ao diagnóstico é um fator prognóstico da doença relacionado com a chance de cura da paciente, portanto é fundamental que as pacientes do sistema público de saúde tenham maior cobertura de rastreamento para aumentar o número de pacientes com diagnóstico do câncer de mama em estágios iniciais.
Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon, reforça: “a pesquisa traz dados importantes para entendermos como as mulheres brasileiras têm sido diagnosticadas para, então, tomarmos ações que sejam efetivas na redução do número de diagnósticos avançados por meio da ampliação do rastreamento assintomático e o tratamento adequado e imediato para as pacientes. Além disso, é preciso também que as mulheres tenham informação sobre os fatores de risco, os sinais e o que fazer em relação ao câncer de mama, pois só assim será possível aumentarmos as taxas de diagnósticos precoce com maior chance de cura”.
Sobre o Instituto Avon
Há 16 anos, o Instituto Avon se dedica em salvar vidas e é por isso que sempre apoiou e desenvolveu ações que tenham em sua essência a premissa de superar dois dos principais desafios à plena realização da mulher: o combate ao câncer de mama e o enfrentamento das violências contra as mulheres e meninas. Ano após ano, o trabalho do instituto tem contado com parcerias importantes e a colaboração e dedicação de muitas pessoas e organizações para fazer com que, a cada dia, mais pessoas recebam informações sobre as causas e saibam como agir. Como braço de investimento social da Avon, empresa privada que investiu mais de 170 milhões em ações sociais voltadas às mulheres no Brasil, o Instituto já apoiou a realização de mais de 350 projetos e ações, beneficiando 5,7 milhões de mulheres.
Desde a fundação, o Instituto desenvolve iniciativas que contribuem com a detecção precoce do câncer de mama. No total, foram investidos R$ 86 milhões para o desenvolvimento de 161 projetos e doação de 51 mamógrafos e 32 aparelhos de ultrassom. Por meio destas doações, mais de 2.3 milhões de mamografias e 471 mil ultrassonografias de mama foram realizadas e 38.5 mil diagnósticos positivos feitos.
Câncer de Mama
Há 16 anos, desde a fundação, o Instituto desenvolve iniciativas que contribuem com a detecção precoce do câncer de mama. No total, foram investidos R$ 86 milhões para o desenvolvimento de 161 projetos e doação de 51 mamógrafos e 32 aparelhos de ultrassom. Por meio destas doações, mais de 2.3 milhões de mamografias e 471 mil ultrassonografias de mama foram realizadas e 38.5 mil diagnósticos positivos feitos.