A saúde suplementar é mais desagregada do que a pública. Esta é a constatação do diretor técnico da Amil, Antônio Jorge Kropf. “Precisamos superar este abismo entre a situação atual, completamente inadequada, e o modelo adequado. Só vamos conseguir ter resolutividade e ações de prevenção com um sistema organizado. Já temos o diagnóstico do problema, agora precisamos fazer a solução acontecer”, diz.

Para o diretor, o maior desafio é estruturar a baixa e média complexidade. “Conseguimos marcar um cateterismo em duas horas e uma consulta demora três dias.”

 Kropf acredita que a estruturação do modelo assistencial deve seguir o mesmo padrão do setor público: regionalização, hierarquização e integração. “Na Amil, reestruturamos o modelo para atuar com foco regional, integração das unidades assistenciais, hospitais especializados e integração da informação. Hoje temos uma estrutura motivadora, com médicos comprometidos.”

A nova estrutura remunera os profissionais de forma diferente pela complexidade e consegue triar os pacientes, para “furar a fila” nos casos de maior risco. A operadora está satisfeita com os resultados preliminares, mas Kropf reconhece que uma mudança profunda no sistema só acontecerá quando o modelo de remuneração for alterado. “Temos que contratualizar os prestadores não só na parte financeira, mas também assistencial. Precisamos implantar indicadores que possibilitem o pay for performance e criar mecanismos para monitorá-los e cobrá-los”, conclui.

 

*Antônio Jorge Kropf foi palestrante no ADH”09