Clientes e concorrência exigem cada vez mais das empresas, que por sua vez ampliam o grau de exigência dos executivos. Resultado: profissionais sobrecarregados e estressados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não classifica o estresse como uma doença, mas ele reflete em sintomas emocionais e físicos, podendo culminar em patologias como obesidade, gastrite, contração muscular crônica, enxaqueca, asma, bronquite e até mesmo alguns tipos de câncer.
“O estresse é inerente ao ser humano, mas o problema é quando se torna constante e intenso. A produção excessiva e prolongada de cortisol pode gerar alguns distúrbios no corpo e na saúde”, explica a médica endocrinologista Dra. Ana Cláudia Pinto, integrante do quadro de diretores da AxisMed, maior empresa de gestão de saúde populacional (GSP) do País.
A pressão constante por resultados, longas jornadas de trabalho, vida sedentária e má alimentação são alguns fatores que comprometem a saúde dos executivos. “O verdadeiro negócio da saúde é prevenir. Investir em bem-estar. Arcar com as consequências de uma vida cansativa e desregrada é muito mais dispendioso, seja para o bolso como para a saúde da mente, do corpo e da alma”, afirma a médica.
João Abdalla Neto, engenheiro metalúrgico, atual consultor de comércio exterior na capital paulista e proprietário da World Fair Assessoria em Comércio Exterior Ltda, entende bem o que é isso. Os anos de trabalho e estresse lhe renderam problemas de pressão e obesidade. “O paciente sabe que precisa fazer alguma coisa para melhorar, mas mudar é uma tarefa difícil, requer esforço e apoio. Cansados, executivos não querem saber de fazer mais esforço, já que toda a energia está voltada para o trabalho. Muitos demoram para buscar orientação, porque não percebem o impacto no curto prazo”, analisa Dra. Ana Cláudia.
Casos como o de Abdalla são mais comuns do que se pensa em grandes empresas brasileiras. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 48 milhões de pessoas têm cobertura de um plano de saúde suplementar privado no Brasil – dos quais 63% (cerca de 30 milhões) são atendidas por planos coletivos empresariais, que compõem o pacote de benefícios oferecidos aos colaboradores, tornando as empresas as maiores pagadoras do sistema privado. Do total, 30% (cerca de 14,4 milhões) são pacientes crônicos. Diante desses números, o peso da saúde sobre a folha de pagamento das empresas saltou, em duas décadas, de 4% para cerca de 11%. “Não é à toa que grandes empresas como Whirlpool e CSN estão investindo em programas de gestão de saúde”, afirma a médica.
É nesse momento que programas de prevenção e monitoramento de doentes crônicos passam a ser ferramentas importantes para os colaboradores e para as empresas. “O mundo precisa de organizações mais humanas. Algo importante do trabalho que aplicamos nas empresas é o sigilo. Mapeamos os funcionários, identificamos o que precisa ser trabalhado em relação à saúde dos mesmos, mas a identidade de cada um é preservada. Ganhamos a confiança das pessoas como um primeiro passo para convencê-las a aderirem ao programa”, ressalta Dra. Ana.
Abdalla, hoje com 68 anos, nascido em Marília, no interior de São Paulo, entrou para um dos programas de Gestão de Saúde Populacional da AxisMed, o GDC (Gerenciamento de Doentes Crônicos) há 26 meses. “Hoje, três anos depois e auxiliado pelos profissionais, tornei-me disciplinado, faço refeições saudáveis, meço a pressão regularmente e, consequentemente, tive uma melhora notável”, relembra.