O Ministério da Saúde informou que vai enviar, no próximo ano, 3,3 milhões de kits para teste rápido de HIV a todos os estados. O número é quase o dobro da quantidade distribuída em 2008: 1,8 milhão de kits do teste, que dispensa a estrutura laboratorial e agiliza o atendimento de emergência.
Deixe o seu comentário sobre esta notícia
Tem mais informações sobre o tema? Então, clique
De acordo com o ministério, o objetivo da ampliação na remessa de material é fazer com que os diagnósticos de infecção pelo vírus sejam mais precoces, pois em 40% dos casos ele vem sendo feito de forma tardia. A estimativa do órgão é que cerca de 255 mil brasileiros estejam infectados pelo vírus HIV e não sabem disso.
Segundo a diretora do Programa DTS/Aids, Mariângela Simão, o teste tem que ser facilitado, como são as campanhas de vacinação. “A ampliação radical que o Ministério está fazendo na distribuição do teste rápido tem como objetivo fazer com que as pessoas tenham acesso facilitado ao diagnóstico.”
Para o ministro José Gomes Temporão o teste rápido é importante porque amplia o acesso à realização dos exames e. “Isso facilita muito porque você vai ao serviço de saúde e no mesmo momento já sai com o resultado”, avaliou o ministro. “Quanto mais precoce o diagnóstico, melhores são as expectativas em relação ao tratamento e à sobrevida desse paciente”, completou Temporão.
A tecnologia para o teste rápido de Aids foi desenvolvida pelo laboratório brasileiro Bio- Manguinhos, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). O exame é feito extraindo uma gota de sangue, como nos testes de glicemia. Em cerca de 20 minutos o resultado está pronto. O teste pode ser feito em todo o país em qualquer Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).
De acordo com Carlos Gadelha, vice-presidente de Produção e Inovação, da Fiocruz, o teste rápido é importante para que as pessoas que moram em locais com menos infra-estrutura laboratorial tenham acesso ao exame de HIV.
“Você prescinde de toda uma infra-estrutura laboratorial. Assim o exame pode ser levado a comunidades ribeirinhas, a cidades menores, a regiões rurais”, explicou Gadelha.
Segundo ele, quando o teste começou a ser produzido, em 2004, custava cerca de R$ 8,00. Atualmente o kit é fabricado por R$ 6,00 o que significa, uma redução de 50% no preço, considerando a inflação no período.