O estresse é um dos fatores desencadeantes da pressão alta emocional. Se um indivíduo passou por situações difíceis durante o dia, e for o médico no final da tarde, pode estar com a pressão arterial elevada. Nesses casos, um exame capaz de medir a pressão por 24 horas auxiliará o médico a descobrir se o paciente é hipertenso. Seguindo o mesmo princípio, dispositivos remotos poderão no futuro monitorar várias funções de uma pessoa por um longo período. Com a inteligência artificial, será possível identificar alterações nas condições de saúde e favorecer o diagnóstico precoce de uma doença. 

Esta é a opinião de Carmelo Bastos Filho, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidadeNa sua visão, o primeiro passo para se chegar a este estágio é a popularização do uso de dispositivos vestíveis, a exemplo da massificação dos smartphones. Depois é preciso estabelecer uma regulamentação, como ocorreu com a telemedicina na pandemia. “Se antes era vista com restrições por médicos e pacientes, esta modalidade hoje passou a ser totalmente aceita, beneficiando inclusive comunidades isoladas”, afirma o especialista, que integra o corpo docente da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (Poli-UPE).

Carmelo Filho prevê que no futuro será criado um aparelho, com mais sistemas de sensores, a fim de coletar dados sobre as várias funções do organismo. Essas informações poderiam ser integradas e usadas para indicar problemas de saúde. “A popularização desta ferramenta fantástica poderá ajudar na prevenção, diagnóstico e tratamento das pessoas, sendo especialmente importante em regiões pobres, onde a oferta de serviço médico ainda é escassa”, pondera.