Cerca de 90% dos focos de dengue estão localizados nas residências, e as chuvas típicas desta época do ano ajudam o mosquito Aedes Aegypti a se proliferar. Segundo o Dr. Jaime Rocha, infectologista e especialista em Medicina do Viajante do Lavoisier Medicina Diagnóstica, verificar a casa antes de viajar é um procedimento importante para minimizar a incidência da doença.
“É importante vedar bem todos os recipientes que possam acumular água, principalmente porque a primavera e o verão são caracterizados por grandes temporais”, orienta o médico.. A atenção deve ser redobrada com caixas d’água. “Ela deve estar completamente vedada e as calhas devem ser limpas. Se houver espaço, um pássaro, por exemplo, não consegue passar, mas o mosquito pode deixar larvas”, lembra ele.
Tonéis, baldes, galões, garrafas PET e de cerveja devem ser fechadas ou deixadas de cabeça para baixo. “O mosquito pode deixar larvas até em copos plásticos deixados destampados. Eles são objetos em potencial para o surgimento de criadouros do mosquito”, reforça o infectologista. Rocha lembra que as bandejas de ar-condicionado e de geladeira devem ser deixadas sem água e limpas antes da viagem, assim como o vaso sanitário deve ser deixado fechado.
O especialista alerta que, para quem tem piscina, deve cobri-la com lonas bem esticadas. Vasos de plantas devem ser preenchidos com areia até a borda e deixados sem excesso de água. Pneus também devem ser cobertos. Por fim, Rocha afirma que ralos externos, canaletas para drenagem da água da chuva e fossos de elevador devem ser tampados e, se possível com telas, já que também podem ser potenciais criadouros do mosquito.
• Para quem vai passar as férias em regiões com casos mais graves de dengue, o médico dá algumas dicas para evitar a doença. As principais precauções são:
• Uso de roupas claras e compridas, cobrindo a maior parte do corpo;
• Uso de repelentes sobre a pele, que contenham DEET em concentração adequada para idade;
• Identificação precoce dos sinais e sintomas iniciais da doença, como febre alta, dor severa e vermelhidão pelo corpo, vômitos e dor de cabeça.
“O importante ressaltar que apenas uma consulta com um especialista poderá estabelecer com maior precisão todos os cuidados necessários para cada destino e cada viajante”, afirma Rocha.
Exames para detecção da dengue
Rocha descreve que a detecção da dengue é feita por um exame clínico, baseado nos sintomas e no exame físico do paciente, e por testes laboratoriais. Dentre os exames laboratoriais estão: o hemograma, popularmente conhecido como exame de sangue, que fornece informações iniciais importantes como indícios de uma evolução desfavorável; a sorologia para dengue, que permite determinar se a pessoa possui anticorpos contra o vírus; a tipagem do vírus, que permite determinar o sorotipo.
O infectologista indica que os exames laboratoriais sejam realizados a critério do médico. Recomenda-se, entretanto, que se espere pelo menos até o quinto dia do início dos sintomas para realizar a sorologia, já que ela depende da presença de anticorpos contra o vírus. “Isso porque o teste IgM tem a capacidade de detectar anticorpos anti-IgM em praticamente 80% dos pacientes com cinco dias de doença, contados a partir do início dos sintomas, por volta de 93% dos pacientes com seis a dez dias de doença e 99% entre dez e 20 dias”, afirma o especialista.
Outro exame sorológico usado é o IgG. Rocha explica que ele é menos específico para dengue que os anticorpos IgM, o que pode levar a resultados falso-positivos. “Mas é importante a realização dos dois exames, IgM e IgG, principalmente em casos de pacientes reinfectados, pois eles podem eventualmente não sofrer elevação da IgM no teste”, diz Rocha.
Já a tipagem do sorotipo viral, de acordo com o infectologista, deve ser feita de preferência na primeira semana da doença, período no qual a viremia é maior. Todos estes exames são ofertados no Lavoisier Medicina Diagnóstica.