Nos últimos dias a epidermólise bolhosa ocupou espaço na mídia depois que o neto da coreógrafa Deborah Colker teria sido impedido de embarcar em um voo em razão das características das bolhas e feridas que apresenta na pele. A epidermólise bolhosa é uma doença congênita do tecido conjuntivo que causa bolhas e erosões na pele, em consequência de traumas leves. Não é transmissível e tem causa genética.

O enfermeiro estomaterapeuta – profissional especializado no tratamento de feridas – da Membracel, Antônio Rangel, explica que a pele possui duas camadas: uma externa, a epiderme, e outra interna, a derme. “Em pessoas com pele saudável, existem âncoras de proteína entre essas duas camadas que impedem que elas se movimentem independentemente uma da outra. Já em quem tem epidermólise bolhosa essas duas camadas não possuem essas âncoras, o que faz com que a pele fique extremamente frágil. Com isso, até uma leve fricção é capaz de separar as camadas e formar bolhas e feridas dolorosas.”

A doença não apresenta sintomas até o primeiro ano de idade, quando ocorrem os traumas iniciais. “A infância é um período difícil, pois é quando os pacientes podem desenvolver complicações nas bolhas por infecção.” Segundo o enfermeiro, a causa da doença é desconhecida, mas acredita-se que seja resultado de uma anomalia na fixação da epiderme na derme.

Ainda sem cura, a prevenção de traumas e a escolha por melhores tratamentos é o principal caminho para amenizar os sintomas da epidermólise bolhosa. “É fundamental utilizar produtos que estimulem a cicatrização e minimizem a manipulação da área lesionada, prevenindo infecções”. Uma opção de tratamento que apresenta ótimos resultados no tratamento da doença é por meio do curativo feito com a biomembrana de celulose bacteriana porosa, a Membracel. “A membrana, que é fabricada a partir de um processo de biotecnologia, funciona como um substituto da pele, evitando rejeição e alergias. E, além de favorecer a rápida epitelização, ajuda a diminuir, consideravelmente, a dor.”