No futuro, a leucemia poderá ser tratada sem a necessidade de doador de medula
O Brasil esteve bem representado no 53º Encontro Anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH), maior reunião da especialidade no mundo. O evento ocorreu entre os dias 10 e 13 de dezembro, em San Diego, Califórnia (EUA). Médicos de vários países acompanharam, durante os quatro dias do evento, palestras e reuniões sobre novas pesquisas, terapias e ferramentas para entender, diagnosticar, tratar e prever patologias ligadas à especialidade.
Diversos trabalhos com participação nacional foram apresentados. Das 82 pesquisas inscritas, 22 foram selecionadas para a Categoria Oral, enquanto as demais foram destinadas à área de Pôsters. Dessas, 4 foram produzidas exclusivamente por brasileiros e as demais desenvolvidas em colaboração com centros internacionais. Um dos pontos altos do encontro foi a apresentação de uma terapia gênica para hemofilia B – a novidade foi apresentada por um grupo dos EUA.
Para o hematologista Jorge Vaz, do Centro de Câncer de Brasília – Cettro, a ciência tem avançado muito nos últimos anos e, com isso, possibilitado que as pesquisas se tornem mais rápidas e acessíveis. “O primeiro mapeamento genético levou 10 anos e custou cerca de US$ 30 milhões. Hoje, a mesma pesquisa demora meses e custa US$ 20 mil”, destaca o médico. Segundo o especialista, a tendência é que tudo se torne breve e econômico: “Daqui a alguns anos, o mapeamento poderá será coberto até por planos de saúde. Teremos técnica e aparelhos melhores. Com isso, poderemos ter o diagnóstico antecipado de doenças como câncer, Alzheimer e diabetes”.
Segundo o especialista, para doenças como a leucemia a tendência é que, em alguns anos, o transplante de medula seja feito sem a necessidade de doador. “Em um futuro próximo, será possível retirar células da pele e transformá-las em células tronco, evitando a procura de um potencial doador e acelerando o processo de cura”, antecipa Dr. Jorge.