O setor de equipamentos médicos e odontológicos movimenta no País mais de U$ 6 bilhões e com uma gama de 700 empresas nacionais encontra-se em plena expansão. Porém, diversas barreiras econômicas e legais travam os negócios desestimulando a compra interna e exportação desses produtos. Essa foi uma das constatações feitas durante a abertura da primeira edição da MD&M ? Medical Design & Manufacturing, feira de design e fabricação de equipamentos para a indústria da saúde, realizada no Transamérica Expo Center.
O presidente da Baumer e também coordenador do Fiesp Comsaúde, Ruy Baumer, foi convidado para iniciar a conferência. O empresário expôs o cenário atual e apontou dificuldades e futuros projetos do governo federal que ajudam a impulsionar o setor.
Atualmente, as empresas atuantes dentro do País procuram se sobressair de marcas internacionais, que não arcam com os altos juros e morosidade na liberação de créditos e financiamentos. ?Hospitais filantrópicos e universitários muitas vezes preferem adquirir produtos importados, que pagam menos impostos que os concorrentes nacionais. Falta isonomia?, salientou Baumer.
Outra queixa dos players desse mercado é a atuação da  Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os prazos regulatórios são apertados e muitas vezes a estatal toma medidas legais controversas às dinâmicas de mercado, segundo os empresários. Além disso, a agência não possui reconhecimento internacional. Para a importação, as empresas brasileiras têm de arcar com aprovações de órgãos de outros países. ?O governo vai até determinado ponto para auxiliar o setor. Não avança. Apenas quando houver  políticas de governos eficazes é que a situação mudará?, disse o palestrante.
Ações previstas
Um representante do Ministério da Saúde cancelou de ultima hora a palestra de abertura, que explicaria o Procis (Programa para Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde). Sendo assim, coube a Baumer citar as próximas medidas adotadas pelo governo. Redução de custos, desoneração da folha de pagamento e novas linhas de crédito entram na lista de alavancas econômicas para a indústria da saúde. Outro ponto importante prometido é a reformulação nos processos da Anvisa, um fast track para agilizar os trabalhos. ?O governo promete mais financiamentos em vista da crescente demanda da população?, acrescentou o presidente da Baumer.
Os entraves burocráticos da agência estatal causaram graves prejuízos para indústrias de implantes de silicone. Em março, a Anvisa proibiu a comercialização de próteses mamárias em vista de um incidente com produtos de uma empresa francesa. ?Nossa empresa só sobreviveu a essa medida, pois conseguimos exportar os produtos. Mas para o mercado interno estamos sem vender a três meses?, contou Ana Taveira, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Controle de uma das maiores empresas de próteses mamárias.