A Eli Lilly anuncia iniciativa global para fortalecer as práticas e políticas de tratamento do diabetes. O Brasil foi um dos quatro países escolhidos para receber esta iniciativa, da qual também fazem parte a África do Sul, a Índia e o México. No Brasil, a Lilly investirá mais de US$ 3 milhões, cerca de R$ 7 milhões até 2016, em duas instituições de Porto Alegre, que desenvolverão pesquisas e procedimentos que, posteriormente, poderão ser adotados em outras cidades brasileiras. O intuito é que os modelos possam ser replicáveis tanto localmente quanto em outros países.
O Instituto da Criança com Diabetes e a Fundação Médica do Rio Grande do Sul foram as entidades escolhidas para a criação de duas propostas distintas. No primeiro, que receberá um investimento de até US$138 mil, o foco serão crianças com o tipo 1 da doença e seus familiares; no segundo, que terá um aporte de até US$ 3 milhões, o acompanhamento de mulheres que desenvolverem diabetes gestacional.
?Estamos muito felizes em fazer parte deste grande projeto inédito, porque iremos investir em iniciativas no país que deixarão um legado para a sociedade. Entendemos que nenhuma empresa, governo ou instituição irá por si só resolver o desafio do crescimento das doenças não comunicáveis pelo mundo. Mas, esse programa pretende levar novas formas de pensar e de colaboração em uma escala sem precedentes, promovendo o debate e gerando informação sobre uma doença que muitas vezes pode ser evitada apenas com a mudança de hábitos?, ressalta a diretora de Assuntos Corporativos da Lilly no Brasil, Regiane Salateo, em comunicado.
Instituto da Criança com Diabetes
O Instituto da Criança com Diabetes (ICD) é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que, em parceria com o Grupo Hospitalar Conceição, atende famílias de todo o Rio Grande do Sul. O objetivo da iniciativa criada pelo Instituto é desenvolver um modelo educacional em Diabetes para capacitar equipes multidisciplinares de saúde a fim de instruir crianças e adolescentes portadores de Diabetes tipo 1, além de suas famílias, em comunidades distantes e carentes de informação. O objetivo do treinamento é promover autonomia e possibilitar maior comprometimento dos pacientes no tratamento, de modo a diminuir hospitalizações por situações agudas e evitar as complicações crônicas da doença.
No primeiro momento será escolhido um município brasileiro para receber um curso completo sobre o diabetes distribuído em 15 vídeo-aulas, com informações básicas e didáticas sobre a doença e dicas de como lidar com ela no dia a dia.
Inicialmente, o projeto deve impactar mais de 100 famílias, mas a ideia é replicar o modelo para todo o Brasil. O projeto ainda contará com assessoramento via internet para interação, debates ou para tirar dúvidas dos profissionais de saúde.
O Instituto monitorará os pacientes, através de alguns indicadores clínicos e laboratoriais, para aferir o impacto da educação em diabetes na redução das internações hospitalares e na melhora no controle da doença. ?Após um ano, analisaremos os resultados e a possibilidade de ampliação para outras localidades do país, visando criar uma grande rede de educação para esta forma grave e complexa de diabetes?, informa o médico Balduino Tschiedel, diretor-presidente do Instituto, em nota.
Protocolo Linda Brasil – Fundação Médica do Rio Grande do Sul
Esta iniciativa será em parceria com a Fundação Médica do Rio Grande do Sul, associada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre e tem como objetivo demonstrar que é possível prevenir o desenvolvimento de diabetes a partir de mudanças no estilo de vida de mães que desenvolveram diabetes durante a gestação.
Na primeira etapa, cinco mil mulheres com diabetes gestacional serão acompanhadas por equipes de pesquisa ligadas ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre, à Universidade Federal de Pelotas e ao Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão do Ceará.
Deste total, 500 mulheres, que após o parto não evoluírem ao diabetes, serão selecionadas para participar do estudo. Metade receberá a orientação hoje preconizada nos serviços de saúde, e a outra metade, além disso, passará por uma intervenção mais intensiva, com treinamento, apoio e acompanhamento de profissionais de saúde para mudanças na alimentação e para a inclusão de atividades físicas na rotina diária. Ao fim de três anos, espera-se uma redução de cerca de 40% dos casos de diabetes nas mulheres que receberam a intervenção em estudo, em comparação às que receberam a orientação usual.
O material desenvolvido e a experiência adquirida serão utilizados na elaboração de um programa preventivo que poderá ser utilizado para o atendimento pós-parto de mulheres que tiveram diabetes gestacional em todo o país, factível para aplicação no SUS.