Entre as três gigantes da Saúde de capital aberto, que inclui a Diagnósticos da América (Dasa) e a Amil, a Medial é a primeira companhia a anunciar os resultados do terceiro trimestre do ano. Com 133,3 mil planos de saúde vendidos e um caixa de R$ 207,6 milhões, a empresa acredita que não está diretamente exposta à crise financeira.
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De acordo com o diretor de Finanças e Relações com Investidores, Vitor Fagá, a companhia está em uma posição “confortável”. “Temos um caixa superior a R$ 200 milhões e nossos investimentos são conservadores. Além disso, não temos nenhum contrato expressivo de endividamento em moeda estrangeira”, posiciona o diretor. A única operação existente é um leasing operacional no valor de US$ 1,4 milhão, onde US$ 0,8 milhão conta com hedge cambial.
Mais do que isso, Fagá avalia que a crise global está em um período em que é difícil ponderar a extensão dos seus efeitos. Contudo, a indústria da saúde sai beneficiada pela natureza de seu ofício. “Não se sabe se haverá um redução no nível de renda ou no mercado. Mas observamos muito claramente que é uma característica da industria de saúde em sofrer menos diante deste tipo de crise, porque mesmo com a desaceleração econômica, a saúde é um serviço prioritário na sociedade”, pontua.
Apesar disto, o presidente da Medial, Emílio Carazzai, acredita que mesmo numa posição confortável, as empresas devem ter uma preocupação com a redução de despesas. “É preciso uma redução em todas as linhas possíveis para gerar uma poupança, pois não se sabe até quando esta crise vai se perdurar e os possíveis impactos. É uma questão de responsabilidade financeira”, avalia Carazzai.
Durante o terceiro trimestre do ano, a Medial atingiu uma receita total de R$ 491,9 milhões, o que representa um aumento de 3,65 em relação ao segundo trimestre do ano. Segundo Fagá, este número representa a boa aceitação do novo portfólio de produtos, lançado no final do primeiro semestre. “Tivemos um aumento nas vendas de planos médico-hospitalares e odontológicos e obtivemos neste período uma venda mensal de 44,4 mil planos, o que resultou em 133,3 mil no trimestre”, conta.
Sob o ponto de vista da sinistralidade, o terceiro trimestre encerrou com um índice de 74,4%, o que representa queda de 2,1 pontos percentuais em relação ao último trimestre. A sinistralidade acumulada do ano é 71,5%, 3,9 pontos percentuais inferior ao acumulado de 2007.
A recente aquisição da SAE Laboratórios ainda não foi incorporada no resultado da Medial. “Os resultados em receita e Ebtida ainda não estão refletidos no balanço da Medial. Eles devem entrar no resultado a partir do quarto trimestre. Mas do ponto de vista de negócio, boa parte dos benefícios serão sentidos em 2009. Teremos todo o processo de integração neste período”, conclui.
Ao final deste trimestre, o endividamento bancário da companhia totalizou R$ 6,9 milhões, composto principalmente por empréstimos junto ao BNDES para financiar a construção e reforma de centros-médicos e hospitais, com vencimentos até 2011. O caixa líquido da Companhia finalizou o 3T08 em R$ 207,6 milhões.
Eles estão confortáveis com a crise
Após encerrar o terceiro trimestre com caixa de R$ 207,6 milhões e anunciar aquisição, a Medial diz que não está sofrendo impacto financeiro
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