A equipe de cirurgia pediátrica do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, localizado em São Paulo, adotou uma nova técnica para correção, em crianças e adolescentes, do chamado peito escavado (Pectus escavatum), uma deformação congênita no tórax, mais comum no sexo masculino. Popularmente conhecida como tórax de sapateiro, a patologia se caracteriza pelo afundamento do osso esterno. Nas pessoas com o problema, as cartilagens costais se curvam para trás, em direção à coluna.
Nos casos mais graves, o esterno, especialmente na sua porção mais inferior, se aproxima bastante das vértebras torácicas. Em geral, a deformidade tende a se acentuar com o passar dos anos.
A nova técnica, com método minimamente invasivo e videoassistida, vem sendo praticada pela equipe do cirurgião pediátrico Paschoal Napolitano Neto, chefe do setor no Hospital Professor Edmundo Vasconcelos e secretário da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pediátria. A técnica consiste em introduzir uma barra de metal que realinha os arcos costais e corrige o problema.
O procedimento tem início com a realização de um molde em alumínio da barra com as dimensões adequadas ao peito do paciente. Depois, faz-se duas pequenas incisões na lateral das costelas, por onde é introduzida a barra. Dessa forma, eleva-se o osso esterno e corrige-se a deformidade dos arcos costais.
Dois anos após a cirurgia, a barra é retirada e o paciente pode levar vida normal. Segundo Paschoal, essa técnica começou a ser pesquisada há três anos e agora começa a ser aplicada no Brasil.