Começo 2014 repercutindo a boa notícia para a área da saúde que comentei no final do ano. No próximo dia 23, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária promove uma audiência pública para discutir o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, que vai rastrear os remédios vendidos no Brasil. A proposta é captar informações para o funcionamento do comitê técnico que será responsável pelo programa. Apesar de tratar-se de um processo longo, serão três anos até que tudo esteja implantado, a iniciativa é essencial para a segurança do paciente dentro do nosso sistema de saúde.
O mais importante é verificarmos se esse projeto realmente representa um caminho para o controle total dos remédios no Brasil, para um avanço que faça com que o consumidor tenha 100% de confiança no produto que utiliza. Isso só será possível quando o mesmo código bidimensional estiver registrado não só nas embalagens secundárias mas também em todas as embalagens primárias. Então o usuário de medicamento terá em cada drágea, de cada blister, dados como números de lote e do registro na Anvisa e a data de validade.
O Sistema Nacional de Controle de Medicamentos é o primeiro passo para que esse mesmo rastreamento chegue também aos hospitais. Assim como esse programa da Anvisa promete combater o contrabando, o roubo de cargas e falsificações, o rastreamento hospitalar é a grande arma contra o erro de medicação e erro médico. É a garantia de que o paciente receberá o remédio certo, no horário prescrito e pela via certa, certificando o tratamento adequado, sem deixar brechas para possíveis falhas. Hoje, poucas instituições de saúde conseguem realizar essa rastreabilidade com efetividade, o que coloca em grande risco a segurança dos pacientes internados. A expectativa é que o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos aumente seu escopo em um futuro muito próximo para abranger também as prestadoras de serviço de saúde como um todo.