A tomossíntese (também conhecida como mamografia 3D ou ainda mamografia tomográfica) já é uma realidade nas principais clínicas de diagnóstico por imagem do país. De acordo com a médica radiologista Vivian Schivartche, do Centro de Diagnósticos Brasil, em São Paulo, trata-se de um método que proporciona aumento de sensibilidade (maior detecção de câncer) e especificidade (menos falso-positivos e imagens que simulam tumores, mas são apenas tecido normal superposto). “Como a tomossíntese permite distinguir entre as imagens verdadeiramente suspeitas e aquelas provocadas apenas por superposição de estruturas normais, uma importante vantagem é a redução do número de biópsias. Esse dado é bastante relevante, haja vista que mais e mais pacientes têm sido poupadas de procedimentos complexos que acabam gerando estresse e desgaste emocional.”

Pioneira na introdução da tomossíntese na América Latina, a médica diz que, além de aumentar a detecção do câncer da mama, a tomossíntese possibilita a detecção de tumores menores, fato que tem implicação direta tanto na sobrevida quanto na qualidade de vida das pacientes. “Vale ressaltar que tumores menores permitem a realização de cirurgias menos mutilantes e a um custo consideravelmente mais baixo de tratamento. Tudo isso tem impacto na qualidade de vida da paciente e deve ser priorizado sempre que possível.”

Na opinião da radiologista, outra grande vantagem da tomossíntese é sua capacidade de superar um dos problemas mais comuns da mamografia: a superposição de estruturas em planos diferentes da mama. “Quando a mamografia convencional ou 2D é realizada isoladamente, a superposição de estruturas pode simular lesões suspeitas. Com a tomossíntese, cada imagem representa uma fatia de um milímetro da mama, eliminando a superposição dos tecidos. Com isso, há melhor definição das bordas das lesões, proporcionando melhor caracterização de seu aspecto benigno ou maligno. Também é possível obter melhor detecção de lesões sutis e saber exatamente onde, na mama, a lesão está.”

Em média, a tomossíntese leva quatro segundos para ser realizada. Estudos iniciais realizados em 2010, no CDB Premium (São Paulo), resultaram num aumento de 15% na detecção do câncer de mama, já que essa combinação de técnicas permite enxergar o câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas – que, de acordo com Vivian Schivartche, representam o grande desafio da mamografia convencional. Já estudos publicados em 2014 no American Journal of Roentgenology revelam que a tomossíntese é responsável por uma queda de 38% na taxa de repetições de imagens (menos ansiedade para as mulheres e menos radiação), 35% de aumento na taxa de detecção de câncer de mama, e aumento de 53% na detecção de câncer invasivo (saltando de 2,8 para 4,3 a cada mil radiografias analisadas), que é o que muda o tratamento.

Fonte: Dra. Vivian Schivartche, médica radiologista, pioneira na introdução da Tomossíntese na América Latina, que se deu no Centro de Diagnósticos Brasil (CDB Premium) em 2010. www.cdb.com.br