A população brasileira está constantemente em busca de um atendimento mais humanizado, rápido e qualificado na área de saúde. As dificuldades do setor público são conhecidas por todos, mas já existem iniciativas no segmento de análises clínicas para reverter este cenário.
As parcerias entre empresas privadas e públicas são uma alternativa para promover mudanças na organização da saúde pública. Isso é feito por meio da implantação de processos e equipamentos mais modernos e ágeis para análise e processamento de exames. Há empresas brasileiras especializadas na área que estão interessadas em firmar acordos para atuar, principalmente, nas regiões mais carentes do nosso País.
Mesmo com a chegada de novas tecnologias ligadas à medicina, percebo que o serviço de análises clínicas é essencial para detecção precoce de doenças, permitindo um diagnóstico rápido e um tratamento com mais chances de eficácia. A realização adequada dos procedimentos promove melhora na percepção da saúde da população, além de proporcionar uma economia significativa para os cofres públicos, pois evita a internação e custos gerados pelo tratamento de doenças em estado avançado.
A realidade mais comum é a população de baixa renda procurar por algum cuidado médico quando o seu estado de saúde já está debilitado, necessitando, portanto, de um tratamento mais intensivo e de alto custo. E não é difícil entender o motivo desse comportamento, já que na rede pública o agendamento para os exames de análises clínicas é feito, em média, após dez dias da solicitação médica e os resultados ambulatoriais levam mais dez dias para serem entregues.
Identifico diversos fatores que comprometem a qualidade da saúde pública no País. Entre eles, destaco a falta de estrutura, planejamento e gestão para atender a todos com qualidade e eficiência. Além disso, observo a falta de recursos humanos, treinamento adequado, insumos, metodologias modernas, profissionais qualificados e equipamentos automatizados para agilizarem os processos de realização e entrega de exames à população, em curto prazo. Tudo isso pode parecer distante da realidade, mas já está sendo aplicado em alguns municípios no Brasil.
O sistema também mostra que é possível oferecer à população um atendimento público com mais qualidade, seguindo como exemplo o que é feito hoje no serviço privado.
*Rogério Saladino é presidente do Grupo Biofast; uma rede de laboratórios que processa exames de baixa e média complexidade e entrega o resultado ao paciente em 24 horas