O número de pessoas que descobriu na prática da corrida uma forma de escape do stress acumulado com a rotina atribulada do dia a dia e uma oportunidade para ingressar em algum esporte cresceu consideravelmente. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), de 2010 para 2011, houve um aumento de 22,6% no número de corridas de rua realizadas na capital paulista. A modalidade conta com muitos atrativos para quem procura algo prático e eficiente, se considerarmos que não requer um equipamento especial, oferece a possibilidade de se exercitar ao ar livre, e ainda é indicada pelos especialistas como a melhor opção para melhorar o fôlego e perder peso com qualidade.
O problema é que a maioria das pessoas não pratica o esporte de forma segura. Principalmente os iniciantes, que ansiosos pelos resultados prometidos não dão a importância devida para o acompanhamento de um profissional e esquecem de regras primordiais para evitar dores e lesões graves. Segundo levantamento do Spine Center, centro especializado em tratamentos de coluna do Hospital do Coração (Hcor), quase metade das mulheres (49,5%) e 39,3% dos homens que correm têm queixas de dores crônicas nas costas.
Atento para a demanda que surgiu com a popularização do esporte e com experiência acumulada ao longo de 10 anos, o Centro de Bem-Estar Levitas (www.levitas.com.br) preparou um manual com dicas para quem está começando a praticar o esporte. “Nosso papel, como profissional, é garantir que estas pessoas alcancem os objetivos esperados, seja em uma competição de rua, na perda de peso ou apenas na busca por prazer e entretenimento”, afirma o orientador físico e instrutor do Levitas Velocitá, programa de corrida do Levitas, Everton Casagrande. “Por falta de orientação, muitos cometem erros básicos e acabam desanimados com o surgimento de dores em determinadas partes do corpo”, conclui Casagrande.
O profissional fornece algumas dicas importantes para quem tem planos de iniciar no esporte e também aos novos adeptos. São elas:
Avaliação e acompanhamento de um profissional
O acompanhamento de um profissional, mesmo que não seja em tempo integral, é indispensável. Antes de definir qualquer treino estruturado, é preciso fazer uma avaliação da forma da pisada, do ritmo da respiração e identificar em que nível a pessoa está para adaptar sua experiência, que deve evoluir gradativamente: caminhar, marchar e só depois correr. A avaliação varia de acordo com as limitações e objetivos de cada indivíduo.
Preparo físico, aquecimento e alongamento
Para aguentar o impacto da corrida, o esporte deve ser acompanhado de alongamento e fortalecimento muscular. Atenção especial para os músculos abdominais e os das costas, que são estabilizadores da coluna. Uma boa alimentação também pode ajudar a evitar possíveis câimbras. Em épocas mais frias, é importante priorizar o aquecimento prévio, pois no frio o sangue precisa irrigar o corpo de forma mais rápida para elevar sua temperatura, levando oxigênio às musculaturas, assim evitando lesões.
Frequência no treino
A frequência ideal para a prática de iniciantes na corrida é um dia sim e outro não, de forma que o corpo tenha um dia de descanso para se recuperar do estímulo do dia anterior. No caso dos treinos mais avançados, não existem tantas restrições, a atividade é feita diariamente.
Respiração
Não existe uma regra para o ritmo de respiração, desde que seja confortável para quem está correndo, já que cada um precisa lidar com suas limitações.
Tênis e roupas adequados
Procure marcas de tênis que deixem sua pisada agradável e confortável. Aconselhamos realizar o teste de pisada para verificar em qual dos três tipos se enquadra: pronada, supinada ou neutra, pois o tênis adaptado irá evitar lesões no tornozelo. A roupa precisa ser o mais leve possível, de preferência com abertura nas laterais, para não atrapalhar a transpiração e permitir passadas mais largas. Pois com mais roupas a pessoa fica mais pesada e acaba usando mais energia, o que, consequentemente, irá aumentar a frequência cardíaca.