Verdadeiro ou Falso:

Diagnóstico precoce leva a um tratamento mais efetivo e a um melhor prognóstico.

A maioria de nós não hesitaria em responder que é verdadeiro e talvez nós devêssemos. Mas diagnóstico precoce carrega riscos também. Durante a Bicknell Lectureship in Public Health, BU School of Public Health, Dr. H.Gilbert Welch, um professor de medicina, clínico e diretor do Center for Medicine and Media do Dartmouth Institute for Health Policy and Clinical Practice, se reuniu a um painel de profissionais da saúde para discutir a possibilidade de reavaliarmos o valor de screening diagnóstico.

Quão precoce é muito precoce?

Hoje, disse Dr. Welch, pacientes são diagnosticados muito antes de se tornarem sntomáticos. Graças a melhor sensibilidade dos testes e a disponibilidades de novos tratamentos, o limiar diagnóstico de muitas doenças caiu, aumentando o número de pessoas classificadas como “precisando de tratamento”. O problema com o diagnóstico precoce é que pode haver u número significante de pacientes que poderiam não vir a desenvolver problemas de saúde.

O paradoxo da popularidade

Muitos de nós provavelmente pode apontar um amigo ou membro da família que foi salvo por diagnóstico e intervenção precoces. Entretanto, histórias de sobreviventes, focadas apenas nos benefícios, pode levar a um paradoxo de popularidade, fazendo screening parecer melhor do que realmente é. Dr. Welch disse que é importante olharmos o screening de uma perspectiva global. Epidemiologistas tem sugerido que mesmo que um teste correlacione corretamente pessoas com doenças em estágio pré-clínico, sua efetividade é medida de acordo com a sua habilidade de reduzir morbidade e mortalidade. Contudo, de acordo com os dados apresentados pelo Dr. Welch, a maior incidência de doenças como câncer de tireóide, melanoma, câncer de mama e outros cânceres tem sido associada com taxas de mortalidade estáveis ou em declínio. Nós podemos estar sofrendo de uma epidemia de diagnósticos e não de doenças.

Em outubro de 2011 o US Preventive Services Task Force (USPSTF) propôs novas recomendações em screening de PSA, contra o uso do teste em homens saudáveis. Câncer de próstata é frequentemente citado com um exemplo de “superdiagnóstico”. Escrevendo no New England Journal of Medicine, Richard Ablin, criador do teste de PSA, diz que vários estudos encontraram que o teste não reduz mortalidade em homens no longo prazo. Ablin pediu que a comunidade médica rapidamente repense o uso do teste para “salvar milhões de homens de desnecessários e debilitantes tratamentos”. Colocado nessa perspectiva, Dr. Welch apresentou dados em que para cada vida salva pelo screening, 30-100 pacientes são diagnosticados sem necessidade.

Estamos falando sobre cuidar melhor, não negar cuidado

Dr. Kenneth Lin, clínico, Assistant Professor of Clinical Family Medicine na Georgetown University School of Medicine concordou com Dr. Welch. Ele enfatizou que pacientes individualmente e sua experiências emocionais não podem ser ignorados quando se formulam recomendações de screening, entretanto, deve ser provado com evidências que as pessoas podem sofrer danos por “superdiagnóstico”. Tem que ser encontrado um equilibrio entre a ciência e a vida das pessoas.

Dr. Deborah Bowen, Chair do Department of Community Health Sciences na Boston University School of Public Health, falou sobre testes genéticos. Ela observou que muitos pacientes podem ter dificuldade em entender o resultado de testes genéticos, com o significado de “risco”. Ela citou inúmeros estudos que tem mostrado que falta de entendimento do paciente pode levar a ansiedade, queda na qualidade de vida, insegurança e escolhas erradas. Nesses casos, ela concluiu, screening pode fazer mais mal do que bem.

Dr. John Fallon, Senior Vice President e Chief Physician Executive da Blue Cross Blue Shield de Massachusetts, explicou que empregadores querem ser exatos em determinar quais testes de screening devem cobrir e querem ver evidência do valor deles. Além disso, ele enfatizou que nós temos que ter coragem de mudar a conduta quando os dados de pesquisa clínica não ajudam.

Hora de mudar prioridades?

Dr. Welch e os outros panelistas concordaram que mais consideração dos riscos e benefícios do diagnóstico precoce é essencial para oferecermos um melhor cuidado para nossos pacientes. Como ele frisou, é importante contar os dois lados da história. Ele adicionou que temos que repensar nossas prioridades, focando mais em promoção de saúde do que em diagnóstico precoce. Diagnóstico precoce foca na doença, enquanto promoção da saúde foca em boa prevenção: comer comidas saudáveis, se exercitar regularmente, usar álcool com moderação e cessação de tabagismo.

Em outras palavras, centavos em promoção de saúde valem mais que dólares em cura?

Fonte: Healthworks Collective

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