O surgimento e a popularização de temas como o ESG (Ambiental, Social e Governança) e o D&I (Diversidade & Inclusão) em ambientes corporativos, revela o início de um movimento interno ao mercado brasileiro, no sentido de se tornar mais inclusivo e acessível. Este movimento, no entanto, segue passos mais lentos do que a demanda presente na sociedade, tendo em vista que apesar de representar 24% da população brasileira, segundo o IBGE, pessoas portadoras de deficiências representam menos de 1% daquelas que estão integradas ao mercado de trabalho formal do país. Além disso, entre os próprios produtos produzidos no mercado interno, inclusive nos aplicativos digitais, menos de 14% contam com recursos de acessibilidade.

Este cenário impacta diretamente as pessoas portadoras de deficiência, mas não quer dizer que passe despercebido pelos demais segmentos. Atentas à carência por acessibilidade no mercado de trabalho e de consumo, é nas startups que a inclusão tem ganhado protagonismo, com soluções inovadoras e produtos com tecnologia de ponta. Por isso, neste dia nacional da pessoa portadora de deficiência física, trazemos uma lista de startups que tem a acessibilidade como base de modelo de negócio, para que você se inspire:

1. Audição de TODOS 

Atenta às causas da acessibilidade, a fisioterapeuta Danielle Guieiro criou uma startup focada em facilitar o acesso de pessoas de todas as classes a aparelhos auditivos e romper preconceitos quanto à deficiência auditiva. A rede de franquias, intitulada Audição de TODOS, se insere em um cenário no qual 87% dos brasileiros que sofrem com problemas de audição não fazem uso de aparelhos que os auxiliem a escutar melhor, seja por vergonha ou por falta de condições financeiras. 

Nas lojas da Audição de TODOS, que devem estar presentes em todo o Brasil nos próximos anos, aparelhos de audição são comercializados com valor até 50% menor do que o apresentado pelo restante do mercado e podem ser parcelados em até 24 vezes sem juros.

2. Mundo Adaptado

Com o objetivo de amenizar os desafios presentes no dia a dia de familiares de PcDs, o Mundo Adaptado é uma rede social colaborativa na qual há liberdade e apoio para que pessoas próximas a PcDs possam compartilhar experiências, dúvidas, dicas e etc.

 Além do espaço para as trocas de experiências, a startup também envolve um marketplace exclusivo para o anúncio de produtos voltados à acessibilidade. O Mundo Adaptado nasceu em 2012, pelas mãos da administradora Carla Delponte.

3.  Veever

Criado por João Pedro Novochadlo, o Veever é um aplicativo gratuito que faz uso de inteligência artificial para facilitar a locomoção e a interação de pessoas com deficiência visual. O Veever pode ser utilizado em ambientes internos e externos e tem como principal objetivo garantir que os PcDs tenham mais autonomia e independência em seu cotidiano.

Inserida neste segmento de mercado, a startupeira Daniele Guieiro, CEO da Audição de TODOS, destaca que o empresariado brasileiro tem papel fundamental na construção de uma sociedade mais inclusiva e deve ver isso como uma tendência geral a partir dos próximos anos. “Neste dia do portador de deficiência física – que tem caráter especial após dois anos de intensa restrição de contato social – vale para nós empresários refletirmos sobre o que tem sido feito e no que podemos avançar para facilitar a integração de portadores de deficiências à sociedade. Reduzir preços, apostar em dinâmicas que facilitem a acessibilidade e sobretudo inovar, só assim teremos a possibilidade de abraçar – no sentido mais afetuoso e inclusivo da palavra – o público”, destaca Daniele.