São Paulo, maio de 2014 – O Dia das Mães, comemorado este ano em 11 de maio, é uma excelente data para lembrar as futuras mamães sobre dois testes fundamentais para garantir a saúde de seus bebês: o teste do pezinho e o teste do coraçãozinho. Ambos os exames são feitos pouco tempo após o nascimento da criança, sendo que os dois procedimentos têm como principal intuito realizar o diagnóstico precoce de problemas relacionados a diversas áreas de desenvolvimento da criança.
Picadinha no calcanhar
O exame chamado de triagem neonatal, também conhecido pela maioria das pessoas como teste do pezinho, é uma opção de prevenção que permite diagnosticar diversas doenças congênitas ou infecciosas, que não apresentam sintomas no período logo após o nascimento da criança, chamado de período neonatal. A partir do diagnóstico precoce, há possibilidade de dar início ao tratamento, interferindo no curso da doença antes que ocorram sequelas graves para a criança.
“O teste do pezinho é um dos mais importantes na hora de detectar irregularidades na saúde do bebê. Ele deve ser feito nos primeiros dias de vida do recém-nascido, para que o diagnóstico seja o mais preciso possível”, explica o Dr. Jurandir Passos ginecologista, obstetra e especialista em medicina fetal do Lavoisier Medicina Diagnóstica.
Com apenas algumas gotas de sangue colhidas do calcanhar do bebê, o teste permite diagnosticar precocemente oito doenças metabólicas, congênitas e infecciosas. A triagem deve ser feita entre o terceiro e o sétimo dia de vida do bebê e, desde 1992, é obrigatório em todo território nacional. Entre as doenças que podem ser identificadas no exame estão: anemia falciforme, hipotireoidismo congênito, toxoplasmose, deficiência das glândulas suprarrenais e algumas doenças metabólicas genéticas. Existem três versões diferentes do exame, sendo que no teste ampliado chegam a ser verificados 11 itens e, nos mais abrangentes, acima de 30.
Pulseirinha que salva
Já o teste do coraçãozinho é feito para diagnosticar nos recém-nascidos a presença de anomalias cardíacas. O procedimento visa à detecção precoce de doenças que não foram diagnosticadas no período pré-natal e que podem acarretar sérios riscos para o bebê, inclusive levá-lo à morte. “Cerca de 30% dos recém-nascidos com cardiopatias congênitas são liberados sem receber diagnóstico. Daí a importância deste exame”, revela o Dr. Jurandir Passos.
O teste do coraçãozinho consiste em uma pulseira colocada no pulso do bebê, que mede a concentração de oxigênio no sangue em dois territórios vasculares da criança. “O resultado é normal se o aparelho registrar nível de oxigenação maior ou igual a 95% nas duas extremidades do corpo, e diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e do membro inferior”, explica o médico. Caso o resultado apresente alteração, a criança deverá ser submetida a uma ecocardiografia dentro das 24 horas seguintes e passará a receber acompanhamento cardiológico.
O exame é capaz de detectar problemas no coração antes mesmo do aparecimento de sintomas. Segundo o especialista, um em cada 130 bebês pode apresentar alterações cardíacas congênitas, como buracos entre as câmaras do coração e defeitos na válvula cardíaca.
Outros testes importantes para o recém-nascido:
– Teste de Apgar
O teste do apgar também é realizado logo ao nascimento. Trata-se de um método de avaliação das condições de nascimento do bebê, levando em conta a coloração da pele ao nascimento, frequência cardíaca, movimentação respiratória, o tônus muscular associado à resposta a estímulos mecânicos ou sonoros. O recém-nascido pode receber nota de 0 a 10 e quanto maior essa nota melhor as suas condições de nascimento.
– Teste do ouvido
O teste do ouvido é realizado com o intuito de se descobrir o nascimento de crianças que tenham algum tipo de deficiência auditiva e permitir que se tomem atitudes de forma mais rápida para que o prejuízo no desenvolvimento cognitivo e de linguagem seja o menor possível . É um exame totalmente indolor, realizado durante o sono do recém-nascido, e logo nos primeiros dias de vida. É um teste gratuito desde 2010.
– Teste do olhinho
O teste do olhinho, ao contrário do teste do pezinho e da orelhinha, ainda não é obrigatório e pouco conhecido. É feito através da avaliação da retina por oftalmoscópio. Normalmente, o reflexo obtido tende ao avermelhado, como percebemos nas fotos em que as pessoas saem com os “olhos vermelhos”. A mudança da cor, principalmente para a cor esbranquiçada, mostra o risco para a possibilidade de alguma doença oftalmológica do recém-nascido. Está principalmente indicado nos prematuros, história de retinoblastoma, catarata congênita, entre outras. Deve ser realizado de preferência logo na primeira semana de vida do nenê.