Nilceana Freitas, médica radioterapeuta e membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), revelou na semana passada, durante debate realizado no IV Fórum Regional de Discussão de Políticas de Saúde em Oncologia, que anualmente quase 50% dos pacientes oncológicos de Goiás não conseguem realizar o tratamento radioterápico. E o déficit de aparelhos não é um problema só do estudo, mas de todo o País.
Citando dados do Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) à Política Nacional de Atenção Oncológica, de 2011, Nilceana diz que o País possui atualmente 200 serviços de radioterapia, 520 radioterapeutas e 230 aparelhos. Segundo a estudiosa, seriam necessários, no entanto, 350 aparelhos para atender os pacientes que precisam do tratamento.
Pelos cálculos da medica, são 90 mil pacientes que ficam sem tratamento todos os anos.
Estado
Em Goiás, apenas Goiânia e Anápolis possuem aparelhos para radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Nilceana, dada o tamanho da demanda os hospitais atendem de madrugada. No Hospital Araújo Jorge, Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), os aparelhos ficam ligados até às 2h, desgastando os pacientes e o equipamento.
Outro problema é que as clínicas privadas que possuem o equipamento não conseguem, por razões burocráticas, credenciamento no Ministério da Saúde para atender pacientes do SUS. Para Nilceana, a capacidade instalada no Estado provavelmente é suficiente para todos os pacientes.
* com informações do Instituto Oncoguia