Reduzir o número de internações promove mais qualidade de vida ao paciente idoso, que pode se tratar em casa recebendo todos os cuidados médicos, mas mais próximo aos familiares
A população mundial está envelhecendo e, no Brasil, a expectativa é que em pouco tempo tenhamos uma predominância de pessoas na terceira idade. Como forma de antecipar os impactos que este envelhecimento demográfico causa nos sistemas de saúde e na economia como um todo, é fundamental começar a reformular alguns padrões que vêm sendo exercidos há décadas.
A desospitalização é um dos caminhos que já estão sendo traçados. Para a FEHOESP – Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, já é possível notar a diminuição das internações hospitalares e a substituição por serviços de saúde alternativos e com maior resolutividade. Segundo dados apresentados pela entidade, nos últimos anos, houve crescimento de casas de repouso (que passaram de 302 serviços em 2011 para 587 em 2015) e também de serviços de home care, que dobraram neste período passando de 138 unidades para 290.
Para o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Júnior, este processo atende uma tendência mundial de humanização do atendimento, diminuição de custos e priorização do atendimento multiprofissional. “O modelo tradicional de assistência, com ênfase no hospital e no ambulatório, vai mudar. Hospitalização de pacientes idosos somente em casos de doenças graves ou em necessidade de cirurgia”, destaca.
Para Thais Haliz, fisioterapeuta e especialista clínica da Lumiar Healthcare, o tratamento, quando realizado em casa, deve continuar multidisciplinar, envolvendo uma equipe completa com qualidade, tecnologia e conhecimento. Além disso, a profissional destaca a importância de aplicar o conceito da humanização. “Para tornar esse atendimento mais humanizado, o profissional deve valorizar a efetividade e a sensibilidade como elementos necessários ao cuidado e deve haver um compartilhamento de saber, poder e experiência vivida entre o profissional, familiar e paciente, mantendo, assim, relações éticas e solidárias. O atendimento humanizado vai valorizar o paciente e atender às suas necessidades com responsabilidade”, declara.
São inúmeros os benefícios do tratamento em sistema home care. A redução do stress causado pela internação hospitalar e das chances de contrair uma infecção são apenas alguns deles. “Há a redução de complicações clínicas diversas e de reinternações desgastantes e desnecessárias, além do menor tempo de recuperação do paciente. A família também é beneficiada, pois irá participar e compartilhar das responsabilidades aplicadas ao doente, sabendo que o melhor atendimento possível está sendo oferecido a ele”, complementa Thais.
Em se tratando da forma como planos de saúde e seguradoras encaram o home care, a análise de cada contrato é necessária para conhecimento se o procedimento está ou não incluso no plano do paciente. Nos casos em que há expressa exclusão contratual, quando o documento não prevê ou exclui expressamente o atendimento de natureza domiciliar, o segurado não pode exigir, para sua mera comodidade, que o serviço seja prestado. Já se o caso decorre de uma extensão da internação hospitalar, quando o paciente estará sujeito a necessidade de acompanhamento ininterrupto por tempo indeterminado e se há indicação médica, haja ou não expressa previsão contratual excluindo a cobertura de atendimento domiciliar, tal imposição não pode prevalecer e a cobertura é exigível.
Tecnologia para home care – Com a indústria nacional atuando no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, o oferecimento de serviços em sistema home care vem agregando tecnologias diversas. A Carci, especialista em soluções para fisioterapia e reabilitação física, lançou durante a última edição da Feira Hospitalar, o Shockmed Carci, primeiro dispositivo para aplicação por ondas de choque produzido no Brasil. Indicado para tratamento de dores e inflamações crônicas é versátil e pode ser usado tanto em clínicas quanto em atendimento domiciliar. O modelo alia tecnologia na emissão de ondas de alta energia que são transportadas até os tecidos musculoesqueléticos e fibroses, podendo ainda ser utilizado em pontos “gatilhos”.
Justamente por não ser invasivo e não causar efeitos colaterais, pode ser utilizado tranquilamente pela terceira idade, dispensando a aplicação de anestesia ou medicamentos prévios. “Desenvolvemos uma solução eficaz tanto para os profissionais quanto para os pacientes com excelente custo benefício”, explica o diretor da Carci, Orlando de Carvalho.