Há uma série de histórias do mundo dos negócios que apontam como mercados inteiros foram drasticamente modificados a partir de avanços tecnológicos que não puderam ser previstos pelas empresas e seus executivos antes que as necessidades de seus clientes fossem transferidas para soluções mais convenientes. Vejamos exemplos:

Em comum, todas elas guardam um sentimento de espanto para aqueles que, com privilégio de meros espectadores do passado, resumem sua indignação, e também certa soberba, em uma só pergunta: ?Como eles não perceberam isso a tempo??.

Tais colapsos tem justificativa na literatura de gestão de negócios em um conceito desenvolvido por Theodore Levitt, em 1960 (vejam só?), denominado miopia de marketing, no qual se aponta o risco de se concentrar as ações das empresas nos produtos ao invés de dar ênfase nos mercados e na concorrência.

O marketing de vistas curtas fez várias vítimas através dos séculos, muitas delas profissionais extremamente capacitados que, assim como nós, guardavam certa segurança sobre o mercado em que atuavam. Se não, vejamos:

?Eu acho que deve haver no mundo mercado para, talvez, cinco computadores?.
(Thomas J. Watson, presidente da IBM, em 1943)


?Os americanos precisam do telefone, nós não. Nós temos muitos garotos mensageiros?.
(Sir William Preece, chefe da agência britânica de correios em 1876)


?A televisão não vai durar por que as pessoas logo se cansarão de ligar a caixa de madeira?.
(Darryl Zanuck, produtor de filmes da 20th Century Fox, em 1946)


Custo a acreditar que tais executivos fossem despreparados para ocupar suas posições, ao passo que compreenderia explicações que os caracterizassem como produtos de seu tempo, compromissados com realidades que já não mais se adaptavam à evolução tecnológica e comportamental que viriam duas décadas após de suas citações.

Então, caro leitor, seguindo o ritmo cíclico que os mercados enfrentam, surge como nosso grande desafio olhar por sobre os limites contemporâneos, tentando decifrar o que atualmente move nossos negócios e que será motivo de risos aos profissionais de 2050.

Afinal, nossas prateleiras já têm espaços reservados para guardar nossos televisores, telefones e computadores. Provavelmente, no canto menos visitado da casa.

 

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